Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Nos balanços do G7, hegemonia ocidental vira passado

Bloomberg e Financial Times comparam ascensão econômica e demográfica dos emergentes com queda do grupo

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A imprensa chinesa, a começar do Huanqiu, original em chinês do Global Times, destacou a declaração de Lula em entrevista coletiva sobre o colega americano Joe Biden, na despedida do G7, "Ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia não é boa para a paz".

Também a Bloomberg levou a declaração aos enunciados, "Lula detona Biden", em seu balanço da cúpula de Hiroshima: "A caminho da cúpula, EUA e seus aliados sabiam que precisavam fazer mais para conquistar as nações oscilantes. O encontro mostrou que eles têm um longo caminho pela frente."

Especificamente, "três convidados chave, Lula, o indiano Narendra Modi e o indonésio Joko Widodo, que coletivamente comandam um quarto da população do mundo, falaram da necessidade de paz sem endossar a visão do G7 sobre a Ucrânia".

No Financial Times, com ilustração do Ocidente diminuído, 'O G7 deve aceitar que não pode governar o mundo' e 'A hegemonia americana e o domínio econômico do grupo agora são história' - Reprodução

O principal colunista do Financial Times, Martin Wolf, também na Folha, foi mais explícito em seu balanço, com os enunciados reproduzidos acima. Enquanto o G7 diminuía economicamente, a China cresceu e é hoje "um parceiro mais importante" que o grupo ocidental, por exemplo, para o Brasil.

O FT desenvolve a questão em extensa reportagem que contrasta as "boas intenções" de EUA e Europa com as "ofertas de comércio" chinesas. De 2000 para 2022, o comércio sino-latino-americano "explodiu", de US$ 12 bilhões para US$ 495 bilhões.

Enquanto isso, depois de duas décadas, a União Europeia ainda negocia um acordo comercial com o Mercosul e, como os EUA, está vendendo seus ativos no Brasil para grupos chineses.

"O contraste entre as visitas de Lula às duas maiores potências foi revelador", diz o jornal, estendendo-se pelo que não alcançou em Washington e os acordos que trouxe de Pequim. Eles "fazem parte de sua estratégia de 'não-alinhamento ativo', que resiste a tomar partido, inclusive sobre a guerra na Ucrânia".

Na abertura do G7, Robin Brooks, "o careca", economista-chefe do Institute of Internacional Finance, associação dos bancos ocidentais, alertava: "Se o Ocidente quer tirar o Brasil do Sul Global", precisa agir, não só falar, "e parar de proteger seus fazendeiros".

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