Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

NYT cobra cassação de George Santos 'por enganar eleitores'

Presidente republicano da Câmara adia decisão para 'não perder voto' na batalha com Biden pelo teto de dívida, diz jornal

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No editorial "Por que George Santos ainda está no cargo?" (abaixo), o New York Times cobrou a cassação do deputado republicano filho de brasileiros, por "enganar os eleitores". O jornal acusa o presidente republicano da Câmara, Kevin McCarthy, de enviar a questão para a comissão de ética por "não querer perder o voto crucial de Santos".

McCarthy está numa disputa com o presidente Joe Biden, ameaçando não elevar o teto de envidividamento do governo se o democrata não aceitar cortes de gastos. Ele terá, argumenta o jornal, "batalhas difíceis, incluindo negociações para evitar um calote do governo, e a remoção de Santos pode colocar em risco a pequena maioria" da oposição.

O distrito pelo qual Santos foi eleito, que fica em parte na cidade de Nova York, pende normalmente para os democratas.

Reprodução/The New York Times

Apesar do editorial, a eleição de Santos é vista desde o final do ano passado, quando o NYT acordou para a história, como mais um sinal do enfraquecimento do próprio jornalismo.

Ele foi eleito mesmo com os esforços de um jornal local, North Shore Leader, de desmascarar as mentiras que ia amontoando. Pró-republicano, o semanário mostrou já em setembro que o suposto milionário morava "num apartamento alugado no Queens".

O dono do jornal relatou ao Washington Post que até almoçou com Santos, e este disse que sua família vinha da Bélgica. Na campanha, falou que "fugiram do Holocausto na Ucrânia". Em editorial, o Leader apoiou seu adversário: "Este jornal gostaria de endossar um republicano, [mas Santos] é tão bizarro que não podemos".

Alertou para "um fabulista, uma farsa", mas não ecoou e ele foi eleito, pouco antes de o NYT iniciar a campanha. Entre jornalistas e críticos de mídia, como Dan Gillmor no Mastodon, o caso é visto como novo sinal de decadência dos jornais locais, hoje sem alcance, e de que a grande imprensa que resta não dá conta de cumprir a mesma tarefa.

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