Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Descrição de chapéu toda mídia

Otan agora 'vai além' do Atlântico, começando pelo Ártico

Na Foreign Affairs, secretário-geral vê 'desafios globais' para o bloco; no Washington Post, 'uma guerra fria de verdade'

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A aceitação pela Turquia da Suécia na Otan, "histórica" nos primeiros enunciados, foi explicada depois pelo toma-lá-dá-cá entre Joe Biden e Recep Tayyip Erdogan, em manchetes do Financial Times ao Washington Post.

Veio antes pela Reuters, que ouviu do senador democrata Bob Menendez que o Senado estava se acertando para liberar os caças F-16 para a Turquia. Assim, como publicou o secretário-geral da Otan na Foreign Affairs nesta segunda (10), "com a Finlândia e a Suécia", o bloco militar agora "vai além".

Artigo na principal revista de política externa dos EUA, 'Uma Otan mais forte para um mundo mais perigoso', sobre a Organização do Tratado do Atlântico Norte
Artigo na principal revista de política externa dos EUA, 'Uma Otan mais forte para um mundo mais perigoso', sobre a Organização do Tratado do Atlântico Norte - Reprodução/Foreign Affairs

Noutra passagem do texto assinado pelo norueguês Jens Stoltenberg, "a Otan é uma aliança regional da Europa e da América do Norte, mas os desafios que enfrentamos são globais", daí o convite para quatro países do Oceano Pacífico, vizinhos da China.

Não só na Ásia, como evidenciam outro artigo no Washington Post e outra reportagem da Reuters, salientando a "rivalidade crescente no Ártico", com trocadilho sobre guerra fria de verdade, e "como Suécia e Finlândia podem ajudar a Otan a conter a Rússia" na região.

O "realista" John Mearsheimer, da Universidade de Chicago, vem alertando há tempos, inclusive na Foreign Affairs, que a extensão do conflito para o Ártico é o que explica Finlândia e Suécia na Otan.

Na futura "crise no Ártico", acrescentou ele há duas semanas no Substack, a Rússia, com suas forças convencionais voltadas à Ucrânia, pode lançar afinal um bombardeio nuclar. Exercícios na região, já com a Finlândia e bombardeiros B-1 dos EUA, segundo o WaPo, vêm sendo realizados desde o início do ano.

"Sem surpresa, os russos agora estão conversando com os chineses para que ajudem a lidar com crises no Ártico", diz Mearsheimer.

MORALMENTE JUSTIFICÁVEL

Foi contida a reação europeia via imprensa contra o envio de bombas de fragmentação, do governo americano para o ucraniano. Pelo contrário, não faltou defesa delas, como no Financial Times, com a chamada, no alto, "Bombas de fragmentação oferecem à Ucrânia um fim mais rápido da guerra".

E no alemão Die Welt, "Por que as munições cluster são moralmente justificáveis para a Ucrânia" (imagem abaixo). Entre as "boas razões" para o uso, "qualquer coisa que enfraqueça as fileiras russas também salva a vida de soldados ucranianos".

Reprodução/Die Welt

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