Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Por Weibo e WeChat, China se divide sobre crise econômica

Plataformas chinesas debatem o que acontece no setor imobiliário e por que confiança não retorna, após medidas

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Uma semana atrás, no Global Times, de Pequim, o colunista Hu Xijin procurou reagir ao noticiário "esmagadoramente pessimista" de Wall Street Journal e outros ocidentais, sobre a economia chinesa:

"Se o povo chinês ficar insatisfeito, o Partido Comunista sentirá uma pressão imensa. Não é como nos EUA, onde o governo pode fugir à responsabilidade. O governo chinês mobilizará vários recursos para reacender o motor econômico."

Artigos sobre a crise econômica nas plataformas WeChat, no alto, e Weibo
Artigos sobre a crise econômica nas plataformas WeChat, no alto, e Weibo - Reprodução

Passada uma semana, Hu precisou voltar ao tema no Weibo, onde é influenciador de alcance ainda maior: "A fraqueza econômica é o maior desafio da China hoje, e reviver sua força deve ser primordial. O Estado introduziu medidas, mas alguns ainda não têm confiança, por quê?".

Cobrou que "compreender bem a economia é a maior política neste momento, que ainda não foi estabelecida em alguns departamentos".

Na outra plataforma chinesa de debate público, WeChat, o influente perfil de finanças Jiu Bian foi mais fatalista ao abordar o setor imobiliário, foco dos problemas. Começa dizendo que "todos os países desenvolvidos passaram por um período de explosão imobiliária impulsionada pela urbanização".

Mais à frente: "Entendo que o país sabe disso, e é por isso que, desde a pandemia, quer substituir o status do setor imobiliário, desalavanca ativamente e, essencialmente, quer aterrissar com segurança". Questiona as recentes "políticas de resgate" e alerta contra criar "empresas zumbis" como no Japão.

"Se não funciona, não pode ser feito, não há indústria que prospere para sempre, e não deve haver nenhuma", afirma. "Eliminação significa dor, mas também significa nova vida."

Reprodução

OUTRO LADO

Nos EUA, não faltam artigos fora dos maiores veículos questionando sua "nova narrativa para a China", que foi de "concorrente igual" para "dragão ferido". Segundo o economista James K. Galbraith, "acima de tudo, é uma narrativa feita à medida para a campanha" de Joe Biden.

Entre os veículos, o Financial Times foi o primeiro a dar voz para o outro lado, com o artigo "Os mercados não sinalizam desgraça e tristeza para a economia da China" (acima). Por exemplo, "o desempenho massivamente superior dos títulos do governo chinês em relação aos títulos do Tesouro dos EUA". Sobre o setor imobiliário:

"Ainda estão subindo os preços das matérias-primas. O minério de ferro, possivelmente a mais sensível à China, subiu 50% em relação a seu mínimo em 31 de outubro de 2022 e, na verdade, vem subindo ao longo das últimas semanas, mesmo com a amplificação da negatividade sobre a economia chinesa."

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