Nicolás José Isola

Filósofo, mestre em Educação, doutor em Ciências Sociais, coach executivo e consultor em storytelling.

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Uma nova folha em branco chamada 2023

A última semana do ano nos leva mais uma vez à fonte

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Os seres humanos vivem, atuam e cometem. A cada novo ano temos uma nova possibilidade para repensar-nos. O 2023 está todo ali por ser escrito.

Todos nós somos o fruto da nossa capacidade de mudar aquelas coisas que não fizemos bem. Isso nos enche de esperanças. O passado pode nos ajudar a mudar o futuro, no qual poderemos ser melhores do que fomos até hoje. Como adultos, se estamos atentos e queremos aprender, estamos sempre nos educando, a melhora é contínua.

Queima de fogos na praia de Copacabana, no Rio, durante virada de 2021 para 2022
Queima de fogos na praia de Copacabana, no Rio, durante virada de 2021 para 2022 - Tércio Teixeira/Folhapress

Não se trata só de fazer um balanço anual. Trata-se de refletir sobre o que precisamos para um melhor convívio com outros, mas também conosco próprios.

Tudo o que temos na nossa vida é tempo e é óbvio que passa muito rápido.

Como outras pessoas nos dão oportunidades, também o tempo nos permite mudar. Certamente, as medidas do tempo, como a celebração de um novo ano, são convenções artificiais. Porém funcionam como rituais ordenadores. Os seres humanos precisam desses rituais para compreender seu universo.

Por isso, em ocasiões, morar no exterior, longe da própria família, é uma prova complexa. O sangue puxa e as amizades também.

Nessas últimas semanas do ano, ao redor do mundo, as pessoas se encontram com as suas famílias para compartilhar e curtir tempo juntos. Uma boa metáfora da importância que a nossa tribo adquire para nossa experiência social e interna ao finalizar esse ritual anual.

Na interação com outros percebemos as diferenças e similaridades que temos com eles. Na interação, quebramos nossas solidões e aumentamos o tamanho de nosso universo. Investindo tempo com outras pessoas encontramos perguntas e certezas juntos.

Estudos científicos têm demonstrado que a felicidade está ligada à nossa capacidade de interagir com outros. Os vínculos ocupam um lugar chave na nossa plenitude pessoal. O pertencimento a um time, os objetivos conquistados com outros no trabalho e a vida em família são só alguns dos âmbitos nos quais sentimos que estamos vivos e que nossa vida gera valor para outros.

O individualismo e a competitividade constante nas quais vivem muitas pessoas nos seus trabalhos e estudos podem impedir enxergar a relevância e luminosidade da intersubjetividade na cotidianidade.

Não são poucas e poucos os que acham que podem sozinhos, que não precisam ajuda.

A última semana do ano nos leva de novo à fonte. Somos no espaço de uma comunidade, somos com outros.

A nossa experiência de felicidade, na maioria das vezes, aparece conectada com rostos concretos: filhos, esposas, pais e avós. O sentido que damos à vida está ligado ao sentido que outras pessoas aportam no nosso dia a dia.

Por isso, também, o começo de um novo ano é a oportunidade de gerar melhores laços vitais, especialmente com aqueles que amamos.

Temos uma certeza: os nossos relacionamentos podem ser sempre melhores. Podemos prestar mais atenção às necessidades daqueles que moram conosco e que fazem parte de nosso círculo íntimo. Podemos ouvir mais e falar menos.

Pôr como prioridade as pessoas na nossa agenda para 2023 pode colocar nosso futuro próximo nos trilhos de uma maior plenitude.

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