Nicolás José Isola

Filósofo, mestre em Educação, doutor em Ciências Sociais, coach executivo e consultor em storytelling.

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Nicolás José Isola
Descrição de chapéu Páscoa

A nossa Páscoa

Ressuscitar parece um ato incrível e maravilhoso; nós temos a possibilidade de ressuscitar diariamente, mas não temos a coragem para fazê-lo

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Páscoa significa passo. Passo da escravidão para a liberdade, passo da desesperança para a esperança, passo da morte para a vida.

Vivemos dando passos até lugar nenhum. Passos sem sentido, passos superficiais, passos sem transcendência. Esses passos que geram um vazio interior, que produzem insatisfação.

Existem outros passos. Passos com sentido, passos libertadores, passos que fazem a gente respirar melhor e mais profundo. Passos vitais. Alegres.

Pessoa andando de skate com os braços levantados na contraluz do sol
Pessoa andando de skate na zona portuária do Rio de Janeiro - Tércio Teixeira - 6.ago.2021/Folhapress

A gente muitas vezes não sabe como dar aqueles passos brilhantes. Estou falando daqueles passos que implicam um caminho que vá da morte para a vida. Aqueles passos pequenos que a gente transita em cada situação minúscula: se ficamos naquela área da escuridão ou escolhemos a luminosidade. O tempo todo atravessamos essa disjuntiva. No trabalho, na família, com os amigos, no casal.

Ressuscitar parece um ato incrível e maravilhoso, porém todos nós temos a possibilidade de ressuscitar diariamente, mas não temos a coragem para fazê-lo. Porque ressuscitar é uma decisão vital e radical pela vida, carrega ter vontade de viver e procurar motivos para estar vivos. Trata-se diante cada acontecimento, por mais insignificante que seja, dê um impulso capital pela luz.

No meio da insatisfação geral nos nossos dias e da correria diária até lugar nenhum, muitas vezes esquecemos a importância de procurar nossos pequenos espaços de luz. E não estou falando de uma coisa mística e distante, mas de uma coisa bem terrenal: a luz que dão algumas conversas com amigos, a luz que dá ajudar aos outros, a luz que dá a leitura de um bom livro, a luz que dá conversar com os filhos sem telefones na mão.

Na correria de nossa constante fuga, esquecemos a luz da cotidianidade. Essa que é simples...e porque é simples é também refulgente e calorosa.

A Páscoa, para aqueles que acreditamos, vem nos dizer que a vida é maior que a morte. Sim, mesmo quando todos nós vamos a morrer, a vida pode ser mais poderosa que a morte. E a loucura é que essa pode ser uma experiência vital maravilhosa, isto é, que no meio das nossas dores e nossas dificuldades, a nossa capacidade humana de sorrir, de ser resilientes e de compartilhar amorosamente com outros pode ser maior que o nosso cansaço e nossa vontade de cair rendidos e dar-nos por vencidos.

E de novo, trata-se de um assunto bem concreto. Se a gente acredita que a luz é maior que a escuridão, então isso deve poder ser percebido no nosso rosto. Tem que ser possível olhar uma pessoa e perceber o que essa pessoa tem, por natureza, esperança. Muitas pessoas que acreditam em Deus esquecem que seu rosto não está mostrando aquela luz na qual eles acreditam.

E o seu rosto, o que ele mostra?

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