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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Economia só lançará mão de estímulos após avanço de agenda no Legislativo

Time de Guedes defende reformas contra efeitos negativos de coronavírus e petróleo

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Brasília

Apesar das pressões para que o governo acione medidas para atenuar os efeitos negativos do coronavírus e da queda do preço do petróleo na economia, a equipe do ministro Paulo Guedes não pretende lançar estímulos até ver sua agenda avançar no Congresso.

Nesta terça (10), a Economia apresentou uma lista de projetos que estão em tramitação na Câmara e no Senado e que gostaria de ver andar, como o marco do saneamento, em discussão no Senado, e a autonomia do Banco Central, na Câmara.

Só após a aprovação de alguns desses projetos, a equipe econômica diz ser possível soltar "armas secretas" que poderiam estimular o consumo e, consequentemente, o crescimento da economia, hoje anêmico.

Analistas debatem se o governo deve lançar programas de estímulo diante das repetidas quedas no valor de ações de empresas na Bolsa de Valores e da redução das projeções para o PIB deste ano. As previsões, que já superaram 2%, hoje convergem para algo ao redor de 1,5%. A estimativa oficial é mais otimista e prevê que a economia deve crescer 2,1% neste ano.

O Banco Central tem administrado a escalada do dólar, em parte, com a venda de reservas, algo que chegou a defendido por Paulo Guedes logo após a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018, e que teria como efeito positivo o abatimento da dívida.

Já na caixa de armas secretas de Guedes há medidas voltadas para os mais pobres e também estímulos ao crédito, como uma nova rodada de redução dos compulsórios bancários e a autorização para operações tendo o FGTS como garantia. Mas, assim como ocorreu com a liberação de contas inativas do FGTS no ano passado, o governo só pretende lançar mão de bondades depois de o Congresso entregar reformas e pretende usar a crise global como argumento para acelerar o passo de parlamentares.

O impasse em torno do Orçamento impositivo, porém, tem afetado os planos da equipe econômica e colocou um pause na agenda do Congresso. Indicações para presidir comissões ainda não foram feitas, mais um mês após o início dos trabalhos legislativos neste ano.

Guedes tem dito que a economia estava acelerando quando foi atingida pelo coronavírus. Ele alertou o presidente Jair Bolsonaro e seus auxiliares que, além de superar o impasse com o Legislativo, é preciso destravar ainda a reforma administrativa, que encalhou no Palácio do Planalto há três meses.

Integrantes da equipe política do governo e o próprio Bolsonaro temem os efeitos eleitorais desta reforma, que afeta diretamente a vida de servidores públicos, cerca de 10 milhões de pessoas no país.

O tempo joga contra a equipe econômica, que já calculou ter cerca de 15 semanas para entregar uma série de medidas, antes que o Congresso se desmobilize para as eleições municipais. Se nada for aprovado, há risco de o crescimento voltar a decepcionar em 2021, o que seria negativo para a reeleição do próprio Bolsonaro em 2022.

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