Centrais sindicais e o governador João Doria (PSDB-SP) transformaram reunião para discutir a reabertura da economia paulista nesta quinta (28) em um ato político.
O encontro foi marcado pelo governo do estado e seria originalmente conduzido pela secretária de desenvolvimento, Patrícia Ellen, mas Doria decidiu participar.
Os presentes fizeram discursos em defesa da democracia, em crítica indireta a Jair Bolsonaro.
Primeiro a falar entre os sindicalistas, Ricardo Patah (UGT) falou sobre a preocupação com o que chamou de “período conturbado" e "risco a valores republicanos”. O tom foi seguido pelos demais. Participaram do encontro Força Sindical, CUT, CSB, CTB e Nova Central.
Rival de Bolsonaro, Doria aproveitou a deixa para também enaltecer a democracia, alfinetando o presidente sem mencioná-lo.
Segundo relatos, o governador lembrou que seu pai foi perseguido pela ditadura militar e que ele e família viveram no exílio.
Doria afirmou ainda que São Paulo "vai defender a democracia até com medidas judiciais, se for necessário".
A avaliação de sindicalistas é que o governador Doria se mostrou também mais aberto ao diálogo com as centrais. Prometeu que ouvirá as demandas dos metroviários, na próxima semana, e também o sindicato dos profissionais da educação sobre as regras para a reabertura das escolas.
Embora críticas de Bolsonaro, assim como Doria, as centrais têm demonstrado preocupação com a abertura econômica do governo. Os sindicalistas enfatizam que ela tem que ser feita com cuidado e querem uma comissão tripartite, formada em conjunto com empresários, trabalhadores e governo, para avaliar os efeitos do fim da quarentena.
Com Mariana Carneiro e Guilherme Seto
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