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Jockey Club de SP atrasa salários e pagamento de convênio de saúde de funcionários na pandemia

Trabalhadores têm sido barrados em atendimentos, e motorista morreu após vai-e-vem entre hospitais

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Em crise financeira que se arrasta há anos, o Jockey Club de São Paulo voltou a atrasar o pagamento de salários e de convênios de saúde. E a situação dos funcionários se tornou mais aguda na pandemia.

Motorista do clube por mais de 20 anos, João Adamski Filho, 62, estava com líquido no estômago e foi levado ao hospital Salvalus, na Mooca, em julho. Foi lá que descobriu que o convênio não vinha sendo pago. Ele dirigiu-se ao pronto socorro da Lapa.

Nesse caminho, relata a esposa, Doris Day Adamski, ele teve contato com muitas pessoas. Na Lapa, ela diz ter ouvido uma enfermeira dar o diagnóstico positivo de coronavírus para uma pessoa que estava com eles na sala de espera.

O Jockey pagou o convênio dias depois e Adamski voltou ao Salvalus, onde morreria no domingo (2), com resultado positivo para Covid-19, um dia após o nascimento do neto. “Acho que ele estaria aqui comigo se não fosse todo esse problema do convênio”, diz Doris.

"Não poderia deixar o pessoal sem salário e sem convênio. É uma situação que já acontece há muito tempo e voltou agora em fevereiro. Eles pagam um pouco para um ou outro funcionário, não é nem o valor inteiro. Pagam um pouquinho para uns 20 funcionários, sendo que hoje são mais de 200", diz Sergio Lopes, presidente do Sindicado dos Estabelecimentos Hípicos de São Paulo.

"Não deposita FGTS nem o vale-transporte. Coloca um tiquinho e, para ir trabalhar, o funcionário tem que completar do bolso", diz.

"Os funcionários ficaram à mercê da sorte. Têm problema de alimentação e de moradia, tudo isso por falta de salário. Pessoas com problemas de saúde, dificuldades para pagar aluguel. O Jockey gerou um transtorno enorme", afirma.

Sobre os problemas com convênio, diz que o caso de João é um entre vários.

"Ele ficou sentado na calçada esperando atendimento no hospital. Tem mulher de funcionário que foi passar por consulta médica com criança e não foi atendida. Há várias situações. No caso do João, só pagaram depois que eu falei que faria denúncia criminal. Ele ficou muito vulnerável".

Procurado pelo Painel, o Jockey não enviou resposta. O empresário Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, é o presidente do conselho de administração do clube desde 2017.

Com Mariana Carneiro, Guilherme Seto e Nathalia Garcia

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