Uma carta assinada por mais de 80 acadêmicos e representantes de entidades da sociedade civil dos EUA e do Brasil foi enviada ao governador Romeu Zema (Novo-MG) para protestar contra o despejo das mais de 400 famílias do Quilombo Campo Grande, no mês passado.
Reunidos na rede US Network for Democracy in Brazil, liderada pelo brasilianista James Green, da Brown University, e por Gladys Mitchell-Walthour, da Universidade de Wisconsin Milwaukee, os signatários reclamam que o despejo ocorreu no meio da pandemia de Covid-19.
Eles argumentam que a medida, comandada pela Polícia Militar mineira, contraria decisão do STF, que ao tratar de demarcação de áreas indígenas, em março, proibiu ações de reintegração de posse durante a incidência da doença.
Além disso, eles lembram que as famílias passaram a ocupar as terras após a usina sucroalcooleira que funcionava no local quebrar sem qualquer tipo de indenização aos empregados. Ao longo de 25 anos, diz a carta, as famílias passaram a plantar alimentos e desenvolveram o cultivo do café na região.
O documento pede que as famílias sejam reparadas e que o governo responda pela destruição de casas e de uma escola no assentamento e presta solidariedade ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que atuou em defesa dos camponeses despejados.
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