A deputada Edna Macedo, irmã do bispo Edir Macedo, foi a única do Republicanos na Assembleia de São Paulo a votar contra o projeto 529/2020 da gestão João Doria (PSDB-SP), que tira recurso de universidades e extingue autarquias.
Para o encerramento do processo de discussão, o governo precisava que ao menos 48 deputados registrassem presença. Faltou apenas um.
Edna relata pressão de colegas do partido, que faz parte da base do governador, para que ajudasse na votação do projeto, que ela diz ser uma "excrescência". "Tenho respeito por aqueles que votaram em mim. Você não vai me ver votando em projeto contra servidor público. Nenhuma ideologia de partido qualquer em que eu esteja vai se sobrepor às minhas ideias, à minha consciência. Sou aliada, não alienada".
"Ao deputado que veio aqui ao meu gabinete, eu respondi: 'se precisar de um voto para derrubar esse projeto vai ser o meu'", disse, sobre visita que disse ter recebido de colega do Republicanos. Pelo partido, os deputados Gilmaci Santos, Altair Moraes, Jorge Wilson, Sebastião Santos e Wellington Moura votaram pelo encerramento da discussão (ou seja, a favor do governo).
A deputada diz que seu posicionamento não tem qualquer relação com a disputa eleitoral na capital, onde Celso Russomanno (Republicanos) e Bruno Covas (PSDB) aparecem até o momento como os mais bem colocados em pesquisas de intenção de votos.
Como mostrou a Folha, no texto que apresenta o projeto de lei 529, o governador João Doria afirma que as medidas propostas são voltadas ao ajuste fiscal e ao equilíbrio das contas públicas. O objetivo é diminuir o rombo de R$ 10,4 bilhões nas contas no contexto da pandemia do novo coronavírus.
O projeto determina que o superávit financeiro de 2019 das universidades estaduais (USP, Unesp e Unicamp) e da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo) seja transferido ao tesouro estadual para uso no orçamento de 2021. Além disso, extingue dez órgãos públicos, responsáveis por diferentes áreas como saúde, habitação e transporte.
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