A entrevista da vitória marcou uma troca de papéis entre os tucanos Bruno Covas e João Doria. O governador falou por cerca de nove minutos e transformou o triunfo em uma vitória do equilíbrio, do bom senso, da “ciência para proteger a vida dos brasileiros de SP”. Em suma, contra Jair Bolsonaro.
Horas após ter sido eleito, Covas já se converteu, então, no cabo eleitoral de Doria para 2022. Tendo fugido da nacionalização do debate durante a eleição, mudou a chave e disse que “a democracia está viva”. “São Paulo mostrou que restam poucos dias para o negacionismo e o obscurantismo”, emendou.
Doria falou nove minutos na entrevista e Covas, sete.
No palanque da vitória, Covas foi rodeado por personagens que a campanha procurou ocultar: Doria (que tem alta taxa de reprovação em SP e cujo vídeo gravado com o prefeito foi engavetado), o vice Ricardo Nunes, e, em menor medida, Gustavo Pires, secretário-executivo e braço-direito cuja mãe foi nomeada para um cargo na gestão tucana em 2018, em episódio de repercussão negativa para o prefeito.
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