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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Após caso Covaxin, campanha nacional contra Bolsonaro adianta manifestações para 3 de julho

Entendimento foi o de que gravidade das denúncias contra o presidente aumentou urgência de reação

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Após as denúncias apresentadas pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) na CPI da Covid, a campanha Fora, Bolsonaro, fórum que reúne as organizações que encabeçaram os atos pelo impeachment de Jair Bolsonaro em 29 de maio e 19 de junho, decidiu convocar para 3 de julho nova mobilização nacional contra o presidente.

Antes do caso Covaxin, a data escolhida havia sido o 24 de julho. Diante do que entenderam como mudança de conjuntura e necessidade de aumentar imediatamente a pressão pelo impeachment de Bolsonaro, as lideranças da campanha escolheram o 3 de julho, sem cancelar as manifestações do dia 24.

Além disso, o protesto que acompanhará a entrega do superpedido de impeachment em Brasília, na quarta-feira (30), deverá ser reforçado.

As principais pautas da campanha são a saída do presidente, aceleração da vacinação, auxílio emergencial de R$ 600 e fim da violência policial.

"Achamos que abriram condições reais para o impeachment. Acreditamos que serão as maiores mobilizações de todo esse ciclo. O objetivo é derrubar o Bolsonaro", diz Guilherme Boulos (PSOL), liderança do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e da Frente Povo Sem Medo.

Segundo o fórum de organizadores, houve 427 atos em 366 cidades do Brasil em 19 de junho, incluindo as 27 capitais, e em 42 cidades do exterior em 17 países, com um público total de 750 mil pessoas.

No mês passado, em 29 de maio, ainda de acordo com a coordenação, houve no total 227 atos, distribuídos em 210 cidades no país e 14 cidades no exterior, com cerca de 420 mil pessoas. ​

"Optamos por adicionar o dia 3 de junho no calendário porque os novos fatos demonstrados pela denúncia do caso Covaxin deixam ainda mais evidente o descaso desse governo com o povo, e incendiaram ainda mais a vontade das pessoas de ir às ruas. Dia 30 estaremos em Brasília, dia 3 no Brasil todo e nosso calendário de mobilizações continua por todo o mês de julho", diz Iago Montalvão, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).

"A luta de massas é o elemento decisivo para que seja aberto o processo de impeachment de Bolsonaro. Com o ato do dia 3 de julho, queremos mandar um recado para o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que está sustentando um governo sem condições políticas", diz João Paulo Rodrigues, da coordenação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

A campanha é capitaneada pelas frentes Povo Sem Medo, a Brasil Popular e a Coalizão Negra por Direitos, que reúnem centenas de entidades do chamado campo progressista. Também participam PT, PCdoB e PSOL.

Segundo Luis Miranda, Jair Bolsonaro teria deixado de informar as autoridades sobre denúncias de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin que estariam sendo coordenadas pelo líder de seu governo, Ricardo Barros (PP-PR), cacique do centrão.

"Trata-se de um governo genocida e corrupto. O caso Covaxin foi apenas a gota d'água. E a decisão da campanha Fora, Bolsonaro mostrou a maturidade do movimento e o reconhecimento das organizações de que dia 24 estava muito longe. Foi o povo na rua em 29 de maio e 19 de junho que fez as coisas chegarem até aqui. O governo Bolsonaro está caindo e irá cair pela força das ruas. A vontade do povo irá prevalecer", diz Leonardo Péricles, presidente do partido Unidade Popular (UP).

Como mostrou o Painel, para lideranças de partidos de centro, independentemente da concretude das denúncias, as suspeitas turbinam o processo de derretimento de Bolsonaro.

Pesquisa do Ipec divulgada na manhã de sexta-feira (25) mostrou Bolsonaro com 23% das intenções de voto no primeiro turno para a corrida eleitoral de 2022, muito atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 49%.

As deputadas Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) têm debatido a possibilidade de acrescentar as acusações referentes a Barros e Bolsonaro ao superpedido de impeachment que será protocolado na Câmara dos Deputados na quarta-feira (30).

Elas levarão a discussão aos movimentos sociais e outros parlamentares que compõem o grupo de elaboração do superpedido, que reúne mais de 100 pedidos de impeachment feitos por siglas e grupos de oposição e parlamentares que se arrependeram de ter apoiado o presidente, como Joice Hasselmann (PSL-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP).

A entrega dos pedidos contará com um ato na Câmara dos Deputados, em Brasília, programado para as 14h30, apoiado pela campanha Fora, Bolsonaro, e deverá ter a presença de membros de diversas entidades, como sindicatos e o MST, além de parlamentares.

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