Entidades conservadoras têm promovido iniciativas independentes relativas ao Bicentenário da Independência, em meio a um sentimento geral de inoperância do governo com relação ao tema.
Um dos projetos em curso é o documentário "Nossa Gente Brasileira", que deve ficar pronto no segundo semestre. Produzido por simpatizantes da monarquia, terá tom de exaltação do Império e crítica ao "golpe republicano".
"O golpe rompeu com um país em franca ascensão, respeitadíssimo no cenário europeu. Em 1889, com a República, começa o ocaso do Brasil", diz a diretora, Cássia Queiroz. O filme terá entrevistas com membros da família real, entre outras.
O documentário, em produção há quase dois anos, é parceria do Instituto Liberdade e Justiça, de Goiás, e do Brasil 200. "Essa data não pode passar em brancas nuvens. Ou o governo vai nos surpreender na última hora, o que não acredito, ou fará algo chocho, o que é lamentável", diz a diretora.
A ideia é lançar a produção em algumas salas de cinema, além de disponibilizar o documentário no YouTube e plataformas de streaming. Há projetos de realizar um crowdfunding e tentar obter recursos via Lei Rouanet.
"Com a chegada dos 200 anos, a gente faz a pergunta: o Brasil é independente, tem liberdade, a gente conseguiu avançar?", afirma Giuliano Miotto, presidente do Instituto Liberdade e Justiça.
Segundo ele, o documentário fará uma discussão de fatos que são ignorados pela esquerda. "O foco é na liberdade e uma crítica à República", diz.
No final do ano passado, o secretário especial de Cultura, Mário Frias, anunciou um edital de R$ 30 milhões para projetos ligados a heróis nacionais do Bicentenário. Produtores, no entanto, afirmam que os recursos não são suficientes e vieram muito tarde.
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