O senador tucano José Aníbal (SP) acusa o presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi, de "tentar credenciar de forma fraudulenta 92 prefeitos e vices" na prévia presidencial vencida por João Doria. "É como ele 'entende' democracia", diz Aníbal, que chama Vinholi de "operador de Doria".
O petardo veio após o dirigente ter criticado, ao Painel, a defesa feita pelo senador da pré-candidatura de Simone Tebet (MDB) e cobrado dele compromisso com a democracia. O bate-boca marca uma escalada na crise tucana.
"Não é ser contrário ao Doria, mas à decisão democrática do PSDB. Compromisso com a democracia deve começar dentro de casa", disse Vinholi ao Painel.
Em sua resposta, Aníbal faz referência à acusação de que o diretório comandado por Vinholi teria fraudado as datas de filiações de prefeitos e vices para aumentar o apoio a Doria nas prévias, o que resultou na exclusão de 92 tucanos do processo.
Aníbal, à época presidente da comissão de prévias, optou por retirar o termo "fraude" do documento que determinava a exclusão. A atual mudança de tom reflete o desgaste nas relações internas da sigla.
Em entrevista recente ao jornal O Globo, Aníbal disse que Doria "tem um grau de resistência, de rejeição que não é pequeno, muito superior à intenção de voto que ele tem, que permanece estável".
O senador também apontou dificuldade de Doria em unir o partido após a divisão nas prévias, e mencionou que o governador de SP pretende iniciar sua campanha pelo Vale do Jequitinhonha, em MG, ignorando Aécio Neves (PSDB-MG), que é seu desafeto, como revelou o Painel.
"Então, ele começa dividindo. A primeira coisa a ser feita por quem ganha uma indicação a presidente é unificar o partido. E essa responsabilidade é dele", disse Aníbal a O Globo.
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