O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), deve dar início a uma espécie de "campanha paralela" à Presidência a partir da semana que vem, após sua renúncia do cargo.
Um de seus primeiros atos será ir a Brasília, para uma reunião com seus principais apoiadores no partido: o senador Tasso Jereissati (CE), o deputado federal Aécio Neves (MG) e o ex-senador José Aníbal (SP), além de outros congressistas.
A ideia é estruturar uma espécie de coordenação política que inclua também integrantes de outros partidos, como União Brasil e MDB. Leite deve começar a fazer viagens pelo país, como mostrou o Painel.
Uma estratégia dos apoiadores é não colocar a movimentação do gaúcho como de enfrentamento ao governador de São Paulo, João Doria, mas caracterizá-la como uma "alternativa".
"Ninguém tem nada contra o Doria. Mas não temos o direito de privar o país de uma alternativa, que conseguiu praticamente metade dos votos na prévia usando como arma apenas o discurso, diferente das armas utilizadas por São Paulo", afirma Aécio.
Os apoiadores de Leite também passarão a responder ao argumento de Doria de que desfazer o resultado da prévia seria um golpe.
A tese é de que a consulta foi mal organizada, decidida de forma atabalhoada e extemporânea – deveria estar ocorrendo agora, e não ter sido feita em novembro do ano passado, quando o quadro ainda era incerto.
Outro argumento tem caráter mais formal: juridicamente, o candidato do partido será decidido apenas na convenção, que ocorrerá em julho ou agosto e tem poder legal para ignorar a prévia.
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