Criticado por adversários por não ser paulista, o pré-candidato ao governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem usado o fato de que o estado já teve diversos outros comandantes que vieram de outros locais do país em sua história.

Desde a República, foram quatro eleitos pelo voto, sem contar três interventores. Entre os que ocuparam o cargo e nasceram em outros estados há nomes importantes, como o mineiro Bernardino de Campos (1892-96 e 1902-04), o fluminense Washington Luís (1920-24) e o mato-grossense Jânio Quadros (1955-59).

Em sabatina à Folha na última quinta-feira (5), o pré-candidato minimizou o fato de ter nascido no Rio de Janeiro. Ele afirmou que considera a questão irrelevante e que tem ligações com a cidade, onde trabalhou e tem família. "Me considero hoje muito paulista em termos de atitude, em termos de estar inserido dentro da cultura do estado de São Paulo", disse.

Deputado estadual pelo PSDB, Barros Munhoz rebate o ex-ministro.

"O Bernardino de Campos nasceu em Pouso Alegre (MG), mas veio para São Paulo com 13 anos. Foi eleito governador com 51 anos, mais que o Tarcísio tem de vida. Morou a vida toda em São Paulo. Washington Luís, o paulista de Macaé, como era chamado, veio para São Paulo com 17 anos e foi eleito governador com 51 anos. Jânio da Silva Quadros nasceu em Campo Grande quando era só Mato Grosso o estado. Veio para São Paulo com 13 anos, estudou no Arquidiocesano e foi eleito governador com 38 anos", diz o parlamentar.

"É uma comparação criminosamente indevida [a que Tarcísio faz com os ex-governadores]. Vou para o Rio de Janeiro, passo o fim de semana e digo que sou carioca? Ele não mora aqui. Ele é eleitor de SP há dois meses. É ave de arribação", completa.