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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Descrição de chapéu petrobras

CPI para apurar preço dos combustíveis já naufragou duas vezes desde o ano passado

Parlamentares dizem que as iniciativas tinham forte caráter de oposição a Bolsonaro

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Brasília

A Câmara mudou o humor em relação à Petrobras do ano passado para cá. Desde 2021, propostas semelhantes às que foram aventadas desde o último reajuste de combustíveis já haviam passado pela Casa, mas sem o mesmo apoio de agora.

O presidente da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, Nereu Crispim (PSD-RS) começou a coletar em 28 de setembro do ano passado assinaturas para a instalação da CPI da Petrobras, com o objetivo de investigar a formação dos preços.

Conseguiu apenas 6 das 171 assinaturas necessárias. Foram elas, além da própria: Abou Anni (União-SP), Marcon (PT-RS) Erika Kokay (PT-DF), Léo Moraes (Pode-RO) e Aline Sleutjes (PROS-PR).

Em 9 de março deste ano, fez nova investida, dessa vez ampliando o escopo para dar transparência à formação dos preços pegando toda a cadeia de combustíveis. Mas, desta vez, teve apenas um apoio além do seu: o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).

Fachada da sede da Petrobras. Foto: REUTERS/Sergio Moraes - REUTERS

"O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) é base do governo e entrou na onda do presidente Jair Bolsonaro (PL) de não assumir a responsabilidade. O responsável é Bolsonaro, que pega um boi de piranha toda semana para não resolver o problema", diz Crispim.

Em artigo publicado na Folha neste domingo, Lira elevou o tom e disse que a Petrobras estava sequestrada por um presidente ilegítimo, referindo-se a José Mauro Coelho, que renunciou nesta segunda-feira (20).

"A grande questão da Petrobras hoje é que ficou escancarada sua dupla face: quando quer ganhar tratamento privilegiado do Estado brasileiro, a empresa se apresenta como uma costela estatal. Mas, na hora em que lucra bilhões e bilhões em meio à maior crise da história do último século, ela grita o coro da "governança" e se declara uma capitalista selvagem. Chegou a hora de tirar a máscara da Petrobras", afirmou.

Para parlamentares ouvidos pelo Painel, a diferença da CPI que passou a ser discutida neste final de semana é que as propostas anteriores tinham forte caráter oposicionista e miravam o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além disso, a reunião convocada bem no feriado para tratar de um novo reajuste, um dia após o Congresso ter aprovado o teto do ICMS irritou bastante os parlamentares. O anúncio nesta segunda (20) da distribuição de R$ 24 bilhões de dividendos piorou o clima. "A Petrobras se comportou como uma criança birrenta", afirmou o presidente da Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara, Fábio Schiochet (União-SC).

Nesta terça-feira (21), o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, será ouvido como convidado em sessão conjunta da CME com a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) e com a de Viação e Transportes (CVT). "O que eu sinto é que o clima na audiência, no que diz respeito à Petrobras, não está nada bom", avalia Schiochet.

De todo o modo, mesmo a CPI incentivada pelo presidente Jair Bolsonaro não deve ir para frente, esvaziada após a renúncia de José Mauro e pela proximidade com as eleições. Os deputados devem optar por outros caminhos. "A Câmara já mostrou com as votações dos últimos 30 dias que está apta e disposta a resolver essa questão", diz Schiochet.

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