A ideia de criar uma "lei antiganância", alçada a uma das principais bandeiras do programa de Ciro Gomes (PDT), partiu do economista Eduardo Moreira, que em 2020 ficou conhecido por lançar a campanha "Somos 70%", contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em julho, Moreira participou de uma live com Ciro em que sugeriu a ideia, inspirada numa lei britânica que estabelece que o cidadão que pague o equivalente a duas vezes uma dívida teria o débito considerado quitado.
"Sempre fiz uma cruzada contra essa questão dos juros abusivos no Brasil, que não ocorre em lugar nenhum do mundo", afirma Moreira.
O economista diz que há cerca de cinco meses, pesquisando sobre leis de usura no mundo, encontrou a norma britânica, que está em vigor desde 2015 e foi mantida após reavaliação em 2017.
Ela foi implementada pela Financial Conduct Authority, espécie de autoridade regulatória de débitos e créditos no país.
"Todo país sério tem uma lei anti-usura", afirma Moreira. A ideia acabou incorporada ao programa de governo de Ciro pelo seu coordenador, o economista Nelson Marconi Filho. Segundo o modelo defendido pelo presidenciável, a inflação do período seria acrescentada ao valor correspondente ao dobro da dívida contraída.
Moreira afirma que não tem participação formal na campanha de Ciro, apenas contribui com ideias para candidaturas do campo progressista.
Há dois anos, ele lançou uma campanha contra os arroubos autoritários de Bolsonaro, dizendo que 70% da população rejeitava seu governo.
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