Alvo preferencial dos adversários no terceiro debate entre candidatos ao governo de São Paulo, o tucano Rodrigo Garcia (PSDB) pretende enfatizar, nas duas semanas que restam para o 1º turno das eleições, os padrinhos políticos de seus principais rivais na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.
A campanha deve reforçar a associação de Fernando Haddad (PT) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) com o presidente Jair Bolsonaro (PL), de acordo com o presidente do PSDB na capital paulista, Fernando Alfredo.
O objetivo é consolidar o nome do tucano em um eventual segundo turno das eleições para o governo do estado. Pesquisa Datafolha divulgada em 15 de setembro mostra o atual governador com 19% das intenções de votos, quatro pontos percentuais a mais do que havia registrado no levantamento anterior, o que o deixa tecnicamente empatado com Tarcísio na segunda colocação.
Ao reforçar a ligação dos adversários com os líderes das pesquisas de intenção de voto à Presidência, Rodrigo tenta se colocar como uma opção ao eleitor anti-Lula e anti-Bolsonaro em São Paulo e manter a trajetória ascendente.
Para Fernando Alfredo, há uma tentativa nas campanhas de Haddad e Tarcísio de esconderem esse apadrinhamento. "O próprio Haddad não cita o Lula. Toda vez que ele é perguntado sobre os escândalos de corrupção ou quando a gente fala que os processos [contra Lula] voltaram à fase inicial, e que ele [Lula] não foi inocentado, ele foge pela tangente", diz.
"E o Tarcísio nem se fala, porque o Tarcísio, além de esconder o padrinho, de fato, agora ele fala que não tem nada a ver com Bolsonaro", critica o presidente do PSDB na cidade de São Paulo. "Ele é responsável por mais de 300 mil mortes pelo menos da Covid-19, porque ele estava do lado do Bolsonaro quando ele foi negacionista em relação à vacina."
"É isso que ele precisa falar para o estado de São Paulo. Quantas vidas deixariam de ser ceifadas se ele tivesse sido um ministro coerente e dito 'Bolsonaro, precisamos comprar vacina, precisamos combater a pandemia, você tem que dar o exemplo como líder'?", questiona.
A estratégia também passa por mostrar a atuação de Rodrigo como governador e a forma como ele comanda o estado. "Antes ele era só o copiloto, agora ele é o piloto desse grande Boeing que é o estado de São Paulo", diz Alfredo.
"E o Rodrigo tem deixado claro que o grande padrinho nesta eleição é o legado tucano de 28 anos que ele vai continuar defendendo para o estado de São Paulo não cair na mão de quem não trabalha, que é o Haddad, e de um outro aventureiro, que é o Tarcísio."
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