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Vice de Tarcísio prevê poucos egressos da gestão Bolsonaro no governo de SP

Segundo Felício Ramuth, a maioria dos quadros da administração será técnica

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São Paulo

Vice-governador eleito na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos), Felício Ramuth (PSD) diz que, ainda que Jair Bolsonaro (PL) tenha sido derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a eleição deixou muito clara a consolidação do bolsonarismo.

Segundo ele, no entanto, a capacidade de mobilização de pessoas do movimento não deve ser desperdiçada agora, em manifestações com as que têm bloqueado rodovias pelo país.

Na opinião de Ramuth, ex-prefeito de São José dos Campos, os atos são precoces e não têm causa real.

"A capacidade de mobilização do bolsonarismo deve ser bem utilizada ao longo do governo Lula para que não haja retrocesso em muitos pontos em que a política de centro-direita avançou no país, como a reforma trabalhista, a desobrigatoriedade do imposto sindical, a liberdade de imprensa. Se temas como esses forem colocados em xeque, em retrocesso para o país, acho que o Bolsonaro, como liderança, deve mobilizar a população para mandar um recado para o Executivo e o Legislativo", afirma Ramuth.

Tarcísio de Freitas (Republicanos) e seu vice, Felício Ramuth (PSD), durante evento de campanha em São José dos Campos (SP), em julho
Tarcísio de Freitas (Republicanos) e seu vice, Felício Ramuth (PSD), durante evento de campanha em São José dos Campos (SP), em julho - Reprodução Facebook Felício Ramuth

Tarcísio de Freitas disse diversas vezes, ao longo da campanha, que montará um secretariado com base em critérios técnicos. Seu vice afirma ser improvável que membros da estrutura do governo Bolsonaro sejam incorporados à gestão paulista.

"A grande maioria deles se elegeu. Damares Alves (PL-DF), Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Marinho (PL-RN), Ricardo Salles (PL-SP). Não vejo mais nomes tão ligados à estrutura de governo de Bolsonaro que precisariam vir para o governo de São Paulo. É diferente da prática do PT, que costuma trazer gente de cá, de lá, quando tem derrotas em eleições. Não vejo necessidade, mas não significa que não exista possibilidade de que bons nomes que sejam técnicos. É uma possibilidade, mas não vejo grande probabilidade de que aconteça", avalia.

Ainda que a disputa nacional tenha polarizado entre Lula e Bolsonaro, Ramuth diz acreditar que a relação da administração estadual com o governo federal tem potencial de ser ótima, e cita três possíveis pontes: o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o ex-prefeito Fernando Haddad e Gilberto Kassab, presidente de seu partido.

"Falei com o Geraldo [depois da eleição], tenho uma relação antiga com ele. Ele trilhou um caminho político que entendi que como uma incoerência, mas nada que desabonasse a história dele. Eu falei da importância dele para que mantenhamos uma excelente relação com o governo federal e ele se colocou à disposição, assim como o Haddad, que também abriu os canais de comunicação", afirma Ramuth.

"Também tem um terceiro canal importante, que é o do Gilberto Kassab. O Lula já acenou para o PSD, e obviamente esse futuro acordo que pode surgir entre Lula e o PSD pode incluir São Paulo, uma aproximação com o Governo de São Paulo", acrescenta.

O governador eleito de São Paulo iniciou um período de descanso nesta quarta-feira (2) e comandará a transição na próxima semana, quando começará a se familiarizar com o orçamento paulista e a montar seu secretariado.

Para Ramuth, uma área prioritária na largada do novo governo será habitação, com especial atenção para a população de rua e a cracolândia. Depois disso, deve focar em acelerar obras que estão em ritmo lento ou paradas atualmente. Como mostrou o Painel, Tarcísio quer dedicar especial atenção para obras que não foram concluídas pelos governos tucanos, como o Rodoanel e a linha 17-Ouro do metrô.

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