A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) se tornou a aposta de uma ala de políticos evangélicos para disputar as eleições presidenciais de 2026, diante do atual cenário de inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A entrada de Damares na corrida tem um potencial obstáculo: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do mesmo partido da ex-ministra de Jair Bolsonaro (PL).
No entanto, segundo parlamentares, o partido não descarta a possibilidade de lançar Damares pela avaliação de que, mesmo que ela não vencesse a disputa presidencial, poderia ajudar a ampliar a bancada evangélica no Congresso.
O incentivo a que Damares participe da eleição se ancora na percepção de que a ex-ministra tem um apelo muito grande entre os evangélicos, que representam mais de 30% da população.
"É um nome muito bom por conta do currículo que tem junto aos evangélicos, aos cristãos", diz o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), ex-líder da bancada evangélica. "Vários líderes têm falado seu nome pela postura no Senado de muita coerência. Esse e outros itens que acompanham sua trajetória é que nos dão a liberdade de dizer que ela é um nome factível, um nome viável para as próximas eleições."
Para o deputado Eli Borges (PL-TO), ex-presidente da frente parlamentar evangélica, Damares é uma boa candidata. "Mas o que não faltarão são bons nomes, sobretudo por causa da política equivocada do atual presidente [Lula]".
Damares diz ao Painel que cumprir oito anos de mandato é o que "está em seu coração" agora. Em março, ao jornal O Globo, no entanto, a senadora pediu para não ser esquecida na lista para 2026.
Ministra da pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares protagonizou crises a partir da intersecção entre religião e política.
Em 2020, em um dos episódios mais críticos, ela liderou um grupo que tentava evitar que uma menina capixaba de dez anos que engravidou após estupro realizasse um aborto legal, ainda que a gravidez colocasse a vida da criança em risco.
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