O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse ao Painel que a nomeação do ex-deputado Jean Wyllys para a Secretaria de Comunicação Social do governo Lula seria uma sinalização contrária ao "caminho da temperança, do equilíbrio e do respeito".
A declaração foi dada após Leite ter anunciado que entrou com representação contra Wyllys no Ministério Público por comentários feitos pelo ex-deputado que associavam sua decisão de manter as escolas cívico-militares a "homofobia internalizada" e "fetiche a uniformes".
O governador é também presidente do PSDB, e vem buscando manter uma relação cordial com o governo Lula, mesmo fazendo oposição.
Apesar da crítica à indicação de Wyllys, Leite disse que o fato não causa ruído na relação com Lula. "A ação é contra o indivíduo e sua manifestação, não contra o cargo que ele ocupa ou venha a ocupar e nem contra o governo federal", diz.
Afirmou ainda que respeita o direito de o governo federal nomear quem quiser. "Respeito o direito de nomearem quem entenderem que deva estar ao lado deles no governo, integrando seu projeto, de acordo com seus valores".
O governador, contudo, acrescentou que a sinalização do governo federal seria ruim. "Lamento, se [o governo Lula] confirmar a nomeação, a sinalização no sentido contrário ao caminho da temperança, do equilíbrio e do respeito", diz.
Wyllys foi anunciado como integrante da Secom pela primeira-dama, Janja Lula da Silva, após ele retornar de um autoexílio no exterior durante o governo de Jair Bolsonaro. O ministro Paulo Pimenta, da Secom, todavia, tem desconversado sobre a nomeação e atribuições do posto.
Procurado pelo Painel, Wyllys não quis se manifestar. Lucas Mourão, que representa o ex-deputado, disse que prefere não se manifestar antes que haja notificação formal sobre o caso. Wyllys esteve em um evento do PT da Bahia nesta quinta-feira (20).
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