Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) tem dito a seus auxiliares que sua reação ao ser perguntado sobre Jair Bolsonaro (PL) nesta terça-feira (5) tem sido mal-interpretada e que ele quer, sim, o apoio do ex-presidente em 2024.
Após ser perguntado a respeito de sua relação com o ex-presidente por uma aluna da FAAP (Faculdade Armando Álvares Penteado), o emedebista disse "eu, do lado do Bolsonaro?". Ele também afirmou que não tem proximidade com Bolsonaro nem com o presidente Lula (PT).
Após o evento, Nunes passou a ser criticado por bolsonaristas, que argumentam que os movimentos sucessivos de aproximação e afastamento do prefeito em relação a Bolsonaro desmoralizam o ex-presidente. Principal elo entre prefeito e ex-presidente, Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro, passou a ser incentivado a encabeçar uma chapa própria do grupo, o que ele ainda descarta.
"Ninguém, repito, ninguém se apropriará de votos bolsonaristas e deixará Bolsonaro distante. A era dos gafanhotos acabou", escreveu Wajngarten nas redes sociais, em recado a Nunes.
O prefeito tem afirmado que fez a pergunta somente para ter certeza se havia ouvido corretamente a pergunta da aluna e que não quis contestar a associação com Bolsonaro.
Ele também tem dito que, no evento, elogiou a participação do governo Bolsonaro no equilíbrio das contas da Prefeitura de São Paulo, e que tem destacado com frequência que quer ter o apoio do ex-presidente na disputa de 2024.
A fala de Nunes se deu dias após pesquisa Datafolha apontar que 68% dos paulistanos entrevistados dizem não dar seu voto para candidato indicado pelo ex-presidente Bolsonaro.
Nos meses anteriores, Nunes buscou se encontrar com o ex-presidente em diversas ocasiões. O prefeito esteve ao lado de Bolsonaro em eventos oficiais, em um dos quais Nunes agradeceu publicamente ao ex-presidente por sua "atuação em relação à capital", mas também em jantares descontraídos, vestindo a camisa do time de futebol comum aos dois, o Palmeiras.
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