O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse ser "surreal" que a reforma tributária aprovada pelo Senado inclua mecanismos que, segundo ele, favorecem a guerra fiscal entre estados
Em evento do Grupo Voto que o homenageou, ele defendeu que essas modificações sejam revertidas pela Câmara dos Deputados.
"Não faz o menor sentido aprovar uma reforma tributária para acabar com a guerra fiscal e a gente coloca a guerra fiscal dentro do texto constitucional. É surreal", declarou ele a uma plateia de empresários e políticos num hotel na capital paulista.
Segundo Tarcísio, as mudanças que o Senado fez no texto aprovado pela Câmara prejudicam a indústria paulista.
"Na minha opinião, algumas medidas que foram feitas no Senado prejudicam o estado de São Paulo. E nós vamos ter que mobilizar agora a Câmara dos Deputados para recuperar um pouco aquele texto original", disse.
Entre os pontos que mais irritaram os paulistas estão regimes fiscais especiais para montadoras de regiões como Centro-Oeste e Nordeste, além de novos incentivos para a indústria na Amazônia.
"Vamos botar um incentivozinho ali que prejudica a nossa indústria, colocar uma 'Cidezinha' [contribuição] aqui. Isso não faz o menor sentido. Até para defender a indústria paulista", afirmou.
Apesar disso, ele reconheceu pontos positivos na reforma também. "No geral, São Paulo ganha com a reforma tributária na uniformização de alíquota, com o fim da guerra fiscal, com o fim dos créditos fixos, dos créditos outorgados", afirmou.
Demonstrando otimismo com a economia do estado, apesar das crítica à reforma, ele listou uma série de medidas de desestatização que ocorrerão no primeiro semestre de 2024.
"Vamos iniciar o ano que vem privatizando a Emae, fazendo o leilão do Trem Intercidades, privatização da Sabesp, túnel Santos-Guarujá", declarou. Também citou avanços nas concessões do Metrô e da CPTM, além de leilão de loterias e uma PPP para construir e gerir escolas.
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