A Comissão Arns, de defesa dos direitos humanos, divulgou nota em que pede a soltura de dois manifestantes presos pela Polícia Militar durante protesto contra a privatização da Sabesp na última quarta-feira (6).
Hendryll Luiz Rodrigues de Brito Silva e Lucas Borges Carvente, ligados ao partido de esquerda Unidade Popular, participaram de manifestação contra a venda da estatal na Assembleia Legislativa.
Após tentarem derrubar a estrutura que separa as galerias do plenário, os manifestantes foram reprimidos pela PM, que usou cassetetes e spray de pimenta.
"A Comissão Arns vem a público manifestar solidariedade aos manifestantes agredidos e detidos por agentes da PM do Estado de São Paulo, posteriormente acusados de resistência e lesão corporal e mantidos presos pelo Judiciário paulista", diz a nota.
A entidade diz ainda que a prisão é desproporcional e injustificada, tendo em vista que os dois manifestantes poderiam responder em liberdade, "uma vez que se trata de um crime de pequeno potencial ofensivo".
"A Comissão Arns manifesta sua preocupação com a política penal em curso considerando a desproporcional medida de manutenção da prisão de Hendryll e Lucas, manifestantes que sofreram agressões no conflito com agentes da Polícia Militar", declarou.
Presidente da Unidade Popular, Leonardo Péricles diz que as prisões configuram perseguição política, pois, segundo ele, o partido foi um dos que mais se mobilizaram para protestar contra a privatização, e são um "atentado à liberdade de expressão e de opinião".
Ele também afirma que os advogados estão elaborando pedido de habeas corpus e que o partido e seus aliados estão organizando atos pela liberação de Hendryll e Lucas, com o apoio de parlamentares de esquerda e organizações da sociedade civil.
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