Deputados aliados de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) tentam emplacar comparação entre os manifestantes que entraram em confronto com a Polícia Militar na quarta-feira (6) na Assembleia Legislativa de São Paulo, em protesto contra a privatização da Sabesp (Companhia do Saneamento Básico do Estado de São Paulo), e as pessoas que invadiram as sedes dos três Poderes em Brasília em 8 de janeiro.
Gil Diniz (PL) diz que solicitará a Alexandre de Moraes, ministro do STF, a inclusão do grupo em um dos inquéritos que tratam dos atos antidemocráticos do começo do ano. "Ontem [quarta], sim, aconteceu um ato antidemocrático. Uma tentativa de invasão do parlamento na principal votação do ano legislativo", afirma o parlamentar.
O deputado diz que também está em busca de assinaturas para a criação de uma CPI sobre os financiadores dos manifestantes e a possível participação de funcionários da Casa no ato, em movimentos simétricos aos que foram realizados para investigar aqueles que participaram do 8/1.
Vice-líder do governador na Alesp, Guto Zacarias (União) também está colhendo assinaturas para uma CPI.
"Assim como os vândalos que depredaram a Câmara dos Deputados em 8/1 sofreram as consequências, os vândalos de esquerda também devem ser punidos, sem qualquer tipo de privilégio ou proteção", afirma.
"Atacaram policiais, destruíram estruturas e tentaram impedir uma votação legítima e democrática. Muitos deles tiveram a passagem bancada por terceiros e receberam dinheiro para fazer o que fizeram, vamos investigar e punir os mandantes desse atentado", completa.
A vereadora Luana Alves (PSOL), que acompanhou os manifestantes detidos na delegacia, afirma que os tarcisistas enfatizaram a comparação continuamente no local. Dos quatro detidos, dois tiveram suas prisões em flagrante convertidas em preventiva e seguem presos.
"Em 8/1 teve quebra de barreiras policiais, depredação e intenção golpista. O ato na Alesp foi legítimo. Não teve vidro quebrado, objetos depredados. O que teve foi uma manifestação. A comparação só seria possível se tivesse sido uma manifestação para impedir o Tarcísio de assumir o cargo", diz Luana.
Segundo ela, esses parlamentares estão tentando desviar do tema da privatização da Sabesp, que, na visão da vereadora, não tem apoio da população e pode minar a popularidade do governador.
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