Um projeto da Prefeitura de Santos (SP) que prevê o pagamento de aluguel para moradores de rua virou tema da campanha municipal do ano que vem.
Batizada de Levante a Partir das Calçadas, a ação prevê pagamento de meio salário mínimo (R$ 660) para custear estadia em imóveis para os sem-teto. O projeto foi aprovado em primeira votação pela Câmara Municipal e ainda deve passar por uma segunda análise dos vereadores antes de virar lei.
Opositores do prefeito Rogério Santos (Republicanos), que buscará a reeleição no ano que vem, dizem que o projeto perpetua o problema dos moradores de rua e pode atrair mais pessoas, inclusive de outras cidades, para Santos.
"É errado oferecer dinheiro sem uma proposta ampla de resolução do problema. Essas pessoas precisam de um acolhimento integrado. É preciso um caminho gerenciado e planejado, para que a porta de saída dessa situação seja definitiva", diz a deputada federal Rosana Valle (PL), que deve ser uma das principais adversárias do atual prefeito no pleito.
Ela compara a ação ao programa da gestão Fernando Haddad (PT) na prefeitura de São Paulo, apelidado de "Bolsa Crack".
Em resposta, a prefeitura diz que o projeto está sendo distorcido, e que o dinheiro não será dado diretamente aos moradores de rua, mas sim direcionado aos aluguéis. Os beneficiados são pessoas que já são atendidas por outros programas municipais.
"A iniciativa não atrairá mais pessoas em situação de rua para a cidade. Ao contrário: vai reduzir esse número atendendo quem já está na rede municipal de serviços em busca de oportunidades de recomeço, concedendo uma moradia temporária até que a pessoa seja preparada para ser reinserida no mercado de trabalho com toda a estrutura e respaldo das equipes técnicas da Prefeitura de Santos", diz a administração municipal.
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