Preso pela Polícia Federal nesta quinta-feira (8), o ex-assessor internacional da Presidência Filipe Martins disse, em um evento conservador em 2019, que era preciso "ganhar a batalha" entre as Forças Armadas.
Em um raro discurso público, proferido na conferência Cpac, em São Paulo, ele também previu que poderia ser preso, caso então presidente Jair Bolsonaro (PL) deixasse o poder.
"Existem órgãos concentrados em criminalizar nosso pessoal, enquanto outros abrem investigações ilegais para levar inocentes à cadeia, onde não merecemos estar", disse a uma plateia de cerca de 2.000 pessoas.
"Pensem só no que vai acontecer com cada um de nós caso nosso presidente seja tirado do poder. Vocês sabem o que acontecia antes e vocês sabem que será várias vezes pior", alertou.
Um dos ideólogos de valores conservadores do governo Bolsonaro, Martins sempre preferiu o trabalho de bastidores a aparições públicas. Abriu uma exceção em outubro de 2019 para falar no evento, organizado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Na fala, de cerca de 23 minutos, ele se assumiu como um discípulo orgulhoso do filósofo Olavo de Carvalho (morto em 2022) e vangloriou-se de ter acesso fácil ao então presidente.
"Eu estou ao lado dele [Bolsonaro], minha sala fica no mesmo andar dele, e eu vejo todos os dias a determinação que ele tem de fazer o melhor para nosso país", afirmou
Na palestra, bastante aplaudida, Martins pediu que a direita se mobilizasse na defesa de valores conservadores e do governo Bolsonaro.
"Precisamos de uma estratégia de mobilização permanente, de movimento incessante para que tenhamos força suficiente para defender aquilo que é sagrado e combater as forças que nos têm subjugado", declarou.
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