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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Descrição de chapéu São Paulo

Em carta a deputados, fundação da TV Cultura aponta corte de verba por gestão Tarcísio

Entidade, pressionada pelo governo e ameaçada por CPI, afirma que não recebe mais orçamento de custeio e que Secretaria da Cultura não paga por uso de espaço

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São Paulo

Pressionada pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ameaçada por uma CPI na Assembleia Legislativa, a Fundação Padre Anchieta, que gere a TV Cultura, enviou uma carta aos 94 deputados da Casa em que critica os cortes orçamentários que diz ter sofrido por parte do governo estadual.

A carta contesta as acusações de excesso de gastos e ineficiência e diz que o aporte financeiro do Governo de São Paulo custeia somente os salários dos 743 funcionários e 13 aprendizes contratados em regime CLT.

Bastidores do programa 'História em Debate', da TV Cultura, em foto de 1973
Bastidores do programa 'História em Debate', da TV Cultura, em foto de 1973 - Armando Borges/Acervo TV Cultura

"Importante destacar que o valor aportado pelo governo anualmente na Fundação Padre Anchieta é inferior ao custo de três episódios da série 'Ayrton Senna', que estreia em breve, e muito inferior ao aportado pelo governo em diversas OS [organizações sociais]", diz a carta, assinada por Fábio Magalhães, presidente do Conselho Curador da Fundação, e José Roberto Maluf, diretor-presidente.

O texto afirma que o repasse do governo corresponde a 40% das necessidades financeiras da fundação e destaca que a Secretaria de Cultura não pagou até hoje valores referentes ao uso do espaço do Solar Fábio Prado, que abriga o Museu da Casa Brasileira e pertence à Padre Anchieta.

Além disso, diz que a gestão Tarcísio cortou 100% do orçamento anual de custeio (água, luz, telefone) que era enviado à instituição, no valor de R$ 12,9 milhões.

Nesse cenário, afirma o documento, os recursos da Fundação para investimentos foram totalmente contingenciados.

A carta também aponta que a TV Cultura não é deficitária e registrou superavits em 2020 (R$ 7,6 milhões), 2021 (R$ 5,5 milhões) e 2023 (R$ 960 mil). Em 2022, houve déficit de R$ 898 mil.

A carta também refuta as acusações de que a eleição de novos conselheiros, realizada em março, teria acontecido fora de prazo e com limitação ao número de candidatos. O conselho diz que nada disso aconteceu e que a secretária de Cultura de Tarcísio, Marilia Marton, não sugeriu indicações para o órgão.

Sobre acusação de nepotismo, vinculada ao fato de que Pedro Martins, enteado de Maluf, foi contratado para trabalhar na área de mídias digitais, a fundação afirma que o cargo é vinculado à vice-presidência e que não há relação de parentesco ou de subordinação profissional entre os dois.

Reportagem da Folha mostrou que a TV Cultura, às vésperas de completar 55 anos, vive uma série de crises com o governo Tarcísio e seus aliados.

Publicamente, o discurso é de corte de gastos e aumento de eficiência. Nos bastidores, membros da gestão estadual e parlamentares bolsonaristas se incomodam com a independência da programação da emissora

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