A decisão da Azul de sair da Abear, associação setorial que reúne as grandes companhias aéreas, entre elas as concorrentes Gol e Latam, foi vista no setor como “uma atitude emocional e imatura”.
O dissabor da Azul com as competidoras cresceu desde que seu plano de comprar ativos da Avianca por US$ 105 milhões, em março, foi atropelado por propostas da Latam e da Gol de levar fatias por US$ 70 milhões cada.
Como 140 é maior que 105, os credores da Avianca deixaram a Azul para trás.
Segundo executivos do setor, o clima na Abear sempre foi tenso, mas não impedia o grupo de buscar conquistas coletivas, como o recente compromisso obtido de governo paulista de reduzir o ICMS do querosene da aviação. A medida que permitiu cobrança da bagagem também foi vitória conjunta.
No mês passado, a Abear conseguiu que o Daesp, departamento aeroviário de SP, recuasse de uma mudança de horário de funcionamento de aeroportos que prejudicava todas as empresas, principalmente a Azul. Agora, ela terá de montar uma estrutura para defender seus interesses sozinha, segundo a avaliação de profissionais do setor.
Com a Azul fora, concorrentes dizem que a entidade ficará livre para defender bandeiras que eram consenso entre outros membros mas contrariam a empresa, como a abertura do setor ao capital estrangeiro.
Procurada, a companhia não quis fazer comentários além do comunicado de que está deixando a entidade. Ela diz que reconhece as contribuições da Abear, mas que agora prefere representar seus interesses de "forma direta".
A Abear afirma que suas regras de compliance a proíbem de comentar temas comerciais.
A Abear foi fundada por Azul, Latam, Avianca e Gol. Em nota, a Azul disse reconhecer as contribuições da Abear, mas que agora refere representar seus interesses de "forma direta".
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