A possível saída da Avianca Brasil do mercado pode elevar os preços das passagens aéreas, avalia José Ricardo Botelho, presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
"Menos concorrência tende a impactar os preços de qualquer setor, especialmente no transporte aéreo", diz Botelho.
A alternativa para a entrada de novos competidores neste mercado, segundo ele, é a aprovação da medida provisória que permite 100% de capital estrangeiro nas companhias aéreas brasileiras.
A empresa, que está em recuperação judicial desde dezembro, vai cancelar mais de mil voos nesta semana, como resultado da perda de aviões de sua frota.
Com a saída da Avianca Brasil, esse mercado vai ficar muito concentrado?
A saída de uma empresa com tanta participação de mercado sempre impacta a concorrência do setor, mas esperamos que a situação se acomode e que novas empresas entrem. Para isso acontecer, primeiro, precisamos manter a atual estabilidade do mercado, que já conta com a desregulamentação da franquia de bagagem e um regime de liberdade de rotas e de tarifas.
Há risco de aumento no preço das passagens?
Menos concorrência tende a impactar os preços de qualquer setor, especialmente no transporte aéreo. Tentamos minimizar esse efeito criando sempre alternativas para a entrada de novas empresas no mercado brasileiro, como foi a resolução 400, que trata dos direitos dos passageiros e permitiu a desregulamentação da franquia de bagagem, atraindo empresas low cost [de baixo custo] para vir operar no país.
Existe alguma alternativa na mesa atualmente para aumentar a competição neste mercado?
Sem dúvida. A aprovação da medida provisória que permite 100% de capital estrangeiro nas aéreas é a grande alternativa que temos hoje. Com a possibilidade de investimento, novas empresas virão para o mercado e poderão competir e ofertar voos mais baratos e novos produtos aos passageiros. O setor precisa dessa aprovação para continuar crescendo e o Congresso pode contribuir muito para isso.
com Igor Utsumi e Paula Soprana
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