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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Fala de Bolsonaro sobre contratação de gays contraria mercado de trabalho

Presidente diz que criminalização da homofobia dificulta contratação de homossexuais

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São Paulo

A declaração feita pelo presidente Jair Bolsonaro nesta sexta (14) de que a criminalização da homofobia pelo STF (Supremo Tribunal Federal) vai dificultar a contratação de gays não tem respaldo nas estatísticas sobre desempenho empresarial.

Um estudo da consultoria McKinsey, considerado a bíblia da diversidade nas empresas, aponta que as companhias com alta variedade de gêneros, etnias e orientação sexual em suas equipes são 33% mais propensas a ter maior rentabilidade. 

O presidente Jair Bolsonaro em café com jornalistas nesta sexta (14)
O presidente Jair Bolsonaro em café com jornalistas nesta sexta (14) - Marcos Corrêa/PR

Potencial “O mercado nunca esteve tão aberto para o tema diversidade como agora”, afirma Ricardo Basaglia, diretor-executivo da Michael Page. Segundo o especialista em recrutamento, é possível extrair todo o potencial dos profissionais, elevando a produtividade da empresa, quando o ambiente de trabalho favorece a expressão de identidade.

Inevitável Mariana Achutti, fundadora da Sputnik, empresa de educação corporativa, afirma que as companhias já estão em um caminho sem volta quanto às políticas de diversidade, independentemente da fala de Bolsonaro. 

Trans “Não é só contratar um transexual e colocá-lo em um ambiente de homens héteros. É preciso quebrar o viés inconsciente da organização, trabalhar a cultura para que as pessoas se sintam relevantes na empresa”, diz Achutti.


Correria A demissão do general Carlos Alberto dos Santos Cruz na quinta (13) bagunçou o calendário dos tradicionais almoços-debate do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), que tinha palestra do ex-ministro marcada para esta segunda-feira (17) em São Paulo. Em cima da hora, o evento foi cancelado. Ainda não há agenda para o substituto.

Pendente Três em cada quatro contratos com o DNIT (departamento de infraestrutura e transportes) no regime integrado—em que a empresa cuida de tudo, do projeto à obra— não foram concluídos, segundo o Sinaenco (sindicato de arquitetura e engenharia consultiva). Foram analisados 147 contratos, firmados entre 2012 e de 2014.

Amarra a chuteira Atual melhor jogadora de futebol do mundo, a brasileira Marta vestiu chuteiras sem marca em sua estreia na Copa do Mundo. Interesse das empresas de material esportivo, porém, não falta. 
Corre pro abraço Frederic Serrant, diretor-geral da Adidas no Brasil, diz que tem pensado no assunto. “[Patrocinar Marta] é com certeza uma opção que vamos analisar”, afirma.

Arruma a barreira “Gastamos os últimos dois anos colocando a casa em ordem. Agora, estamos em uma posição na qual podemos investir mais na marca”, diz Serrant.

 

Futuro A mudança de endereço do Ceagesp deverá levar pelo menos 30 meses, segundo o secretário paulista de Agricultura, Gustavo Junqueira. O prazo difere do comunicado anteriormente pelo governador João Doria.

 

Memória Após reunião com o presidente Jair Bolsonaro em abril, Doria disse a jornalistas que “até o final do ano que vem, ele [o Ceagesp] estará em um novo endereço, em uma área seis vezes maior”.

Semântica Junqueira recalcula. “Talvez tenha sido erro de interpretação ou não tenha deixado muito claro. A visão dele [Doria] é que, até o fim de 2020, o conceito do projeto deverá estar possivelmente bem encaminhado”.

Variáveis A dificuldade, segundo o secretário, não é só mudar de lugar. É preciso estudar como todos os envolvidos serão atingidos, desde fornecedores e comerciantes até os carregadores de caixas, que provavelmente terão outros destinos em um entreposto mais moderno.

No bolso Pesquisa da Unisys mostra que 39% dos brasileiros já foram vítimas de golpe financeiro ou conhecem alguém que tenha sido. A preocupação com tais fraudes atinge 75% da população.

Ranking Na lista de insegurança, o Brasil está em sexto lugar de 13 países e teve o pior resultado em seis anos.

Com Igor Utsumi e Paula Soprana

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