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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Apesar do sucesso, Copa do Mundo feminina é irrelevante em balanço da Fifa

Prêmio que será pago às campeãs é menor que o oferecido ao pior time da Rússia-2018

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São Paulo

A seleção feminina de futebol dos Estados Unidos levará para casa um prêmio de US$ 4 milhões (R$ 15,2 milhões na cotação atual) pago pela Fifa por ter vencido a Holanda na final do torneio.

Pouca coisa muda nos cofres da organização ao final da competição. É que cerca de 80% do que ela fatura a cada quatro anos vem da Copa do Mundo masculina. A das mulheres, embora esteja em ascensão, nem é discriminada no balanço financeiro.

Bonança No ciclo mais recente, de 2015 a 2018, a Fifa faturou US$ 6,42 bilhões. Desse total, US$ 5,3 bilhões são provenientes da Copa do Mundo da Rússia, quase US$ 600 milhões a mais do que o gerado pelo campeonato no Brasil em 2014, segundo levantamento da Sports Value, empresa de marketing esportivo.

Dieta A edição em solo brasileiro foi ruim para a Fifa do ponto de vista econômico, afirma o presidente da consultoria, Amir Somoggi. Entre os últimos cinco ciclos, o da Copa de 2014 foi o que teve menor lucro líquido, cerca de US$ 407 milhões, quase um terço do gerado na Rússia.

Custo Brasil “O orçamento da Fifa costuma ser executado à risca. Com o Brasil, não foi possível. Quando surgiram as manifestações [em 2013], o dinheiro público que havia sido prometido começou a sumir, e a entidade teve que injetar mais recursos por conta própria”, diz Sormoggi.

Na tela Os recursos obtidos com a venda dos direitos televisivos têm garantido o crescimento da receita da Fifa, de acordo com o executivo. De 2014 para 2018, cresceram 25%, superando US$ 3 bilhões, enquanto o ganho com patrocínios, por exemplo, ficou praticamente estável.

Ergue a taça As despesas também têm aumentado. As premiações em dinheiro nunca foram tão altas quanto agora —ainda assim, o prêmio de US$ 4 milhões oferecido às campeãs neste domingo será metade do que foi pago na Rússia-2018 ao Panamá, que teve o pior desempenho da competição masculina.

Xadrez O Bank of America, um dos maiores bancos do mundo, anunciou que não emprestará mais dinheiro para empresas que administram presídios privados. Lá fora, outras instituições já seguem pelo mesmo caminho, como o JPMorgan Chase e o Wells Fargo.

Rascunho Enquanto isso, no Brasil, o governo paulista trata a privatização de presídios como uma das prioridades, mas a postura dos bancos estrangeiros ainda não afeta os planos. São Paulo planeja construir três complexos prisionais com a iniciativa privada, mas ainda está na fase de modelagem e não decidiu como serão financiados.

Planejamento O desejo do governo paulista é que a gestão de pelo menos quatro unidades seja repassada à iniciativa privada ainda neste ano —como já estão construídas, não demandariam uma tomada grande de recursos.

Nos trilhos A Novelis, de alumínio, planeja colocar um terminal ferroviário próprio em operação até outubro. O ramal, que ligará sua planta em Pindamonhangaba (SP) à ferrovia da MRS, permitirá chegar aos portos de Santos (SP), Itaguaí (RJ) e Rio de Janeiro sem passar por rodovias. 

Gaveta O terminal era um plano antigo, mas só foi autorizado pelos controladores indianos da companhia no ano passado, segundo Francisco Pires, presidente da Novelis para a América do Sul.

Argumentação “Sempre tentávamos aprovar, mas eles perguntavam: ‘E aquele equipamento para aumentar produção, não é prioritário?’ Depois da paralisação dos caminhoneiros em maio de 2018 ficou claro que fazia muita falta ter um plano B”, afirma Pires.

Terreno A quantidade de lotes residenciais lançados no primeiro trimestre deste ano subiu 20% em relação ao mesmo período de 2018. Só na região Sudeste, a alta foi de 55%, segundo a Aelo (entidade do setor), o Secovi-SP (sindicato da habitação) e a consultoria Brain. A maior queda, de 42%, ocorreu no Centro-Oeste.

com Igor Utsumi e Paula Soprana 

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