A desorganização econômica causada pela pandemia do coronavírus ainda faz com que 77% das micro e pequenas indústrias de São Paulo sofram com falta de matéria-prima, 70% recebam insumos com atraso e 91% com preços mais altos, segundo pesquisa encomendada pelo Simpi-SP, sindicato da categoria, e realizada pelo Datafolha no fim de novembro. Conforme a sondagem, 41% dos pequenos industriais viram clientes falindo ou entrando em recuperação judicial nos últimos meses.
Para o presidente do Simpi-SP, Joseph Couri, os dados revelados pela pesquisa indicam quebra das cadeias produtivas e risco de desabastecimento. Grandes empresas também têm sofrido com esses efeitos da pandemia, como as montadoras de automóveis, que devem frear a produção por falta de peças.
Rafael Cagnin, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, diz que houve grandes cortes de produção no início da crise, quando havia maior incerteza sobre os efeitos da pandemia. Os estoques das empresas diminuíram, e elas ainda não produzem no ritmo necessário para repô-los.
Segundo o economista, pequenas empresas sofrem mais quando ocorre um desequilíbrio entre a demanda e a oferta como o atual porque os fornecedores tendem a dar preferência a grandes pedidos de companhias maiores. A situação deve encontrar novo equilíbrio até o início do próximo ano, prevê.
Ricardo Balthazar (interino), com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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