Bolsonaro chegou de máscara ao almoço com mulheres executivas nesta sexta-feira (30) em São Paulo. Ele cumprimentou a empresária Karim Miskulin, organizadora do evento, com um aperto de mãos.
Além das mulheres que já estavam na lista de convidadas inicial do almoço, como a ministra Flávia Arruda (Secretaria de Governo), o presidente decidiu levar nomes como Paulo Guedes (Economia), Tarcisio de Freitas (Infraestrutura), Ricardo Salles (Meio Ambiente), João Roma (Cidadania), Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil) e Fábio Faria (Comunicações).
Os presidentes da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e da Fiesp, Paulo Skaf, também estavam.
O almoço foi uma reivindicação das empresárias que também quiseram se encontrar com Bolsonaro depois de seguidos eventos do presidente com empresários em que só homens compareceram.
Miskulin afirmou que o almoço das mulheres não foi uma iniciativa do governo, como o jantar realizado neste mês na casa do empresário Washington Cinel, proposto por Fabio Faria. Ao Painel S.A, ela disse na quinta (29) que organizou tudo, inclusive a lista de convidadas com executivas de setores e faixas etárias diferentes.
Empresários homens que não participaram do evento comentaram que muitas das presentes não ocupam cargos de primeiro escalão nas companhias: ou porque tais empresas não têm mulheres em suas cúpulas ou porque elas não quiserem, ou não puderam, comparecer.
Entre os 72 nomes na lista de presença divulgada após evento, 15 são homens. Dentre as mulheres, em torno da metade são fundadoras, donas ou presidentes de empresas.
A empresária Luiza Trajano também chegou a ser convidada para o evento, mas teve problemas de agenda, segundo seus assessores. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e as ministras Tereza Cristina (Agricultura), Damares Alves (Direitos Humanos), que haviam confirmado presença, também não compareceram.
Embora tenha entrado de máscara, o presidente e a grande maioria das convidadas que posaram para a foto geral do evento aparecem sem o acessório.
Mal terminou o evento, algumas das convidadas se manifestaram em divulgações nas redes sociais.
"Eu acho importantíssimo esse diálogo com o governo federal, com os ministros, sobre a pauta de mulheres. Quanto mais a desigualdade aumenta no Brasil, nós precisamos trabalhar", disse na internet Marly Parra, da iHub Investimentos.
Para a vice-presidente da General Motors, Marina Willisch, a participação feminina é importante porque dá oportunidade para o governo e para os poderes de maneira geral ouvirem as perspectivas de outras fontes.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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