"Posso rir um pouquinho ou não?", pergunta o empresário bolsonarista Otavio Fakhoury ao ser questionado sobre as manifestações deste domingo (12), que pediram o impeachment de Bolsonaro, mas reuniram um público reduzido.
"Perto do que eu vi na terça-feira, achei uma piada", diz o empresário, que esteve na avenida Paulista no dia 7 de setembro a favor do presidente.
Para Fakhoury, não há chance de impeachment. Mas ele reconhece que a eleição de 2022 vai ser difícil.
O empresário, que é aliado do presidente e tem o nome envolvido no inquérito das fake news, avalia que Bolsonaro tem chances de se reeleger, mas vai ser uma eleição disputada. A competição vai ser mais acirrada porque ele não é mais um desconhecido sem tempo de TV, diz Fakhoury.
"Ele já tem um governo passado, que vai ser elogiado por uns e criticado por outros. Vai ser alvo de críticas baseadas em políticas que ele teve durante o governo. Se são críticas fundamentadas ou não, eu não sei dizer, mas que vão arrumar coisas do governo dele para criticar, vão. É diferente de quando ele estava só como um ex-deputado, que ele só era criticado por falas dele, machista, homofóbico, fascista, um monte de adjetivo 'ista'. Agora ele vai ter uma campanha onde ele vai ser criticado por pessoas que vão discordar de políticas dele como governante. Ele vai ter que defender as políticas que ele implementou. É uma campanha diferente para ele", afirma.
Fakhoury compara a retórica de Bolsonaro com a do ex-presidente Lula.
"Ele [Bolsonaro] tem um discurso forte, às vezes até solta uma ofensa, como chamou o Alexandre de Moraes de canalha. Parece que pediu desculpa depois. Isso é o que dizem, né. Mas muita gente tem discurso mais forte. O Lula também tem discurso forte. Já falou em discurso que ele ia regular a mídia", afirma.
O empresário também provoca o governador de São Paulo, João Doria, e o Vem Pra Rua, um dos movimentos organizadores dos ato anti-Bolsonaro deste domingo.
“Parece que o João Doria apareceu, começou a dançar ali, rebolar para o pessoal do MBL [Movimento Brasil Livre]”, diz Fakhoury.
"Eu fico triste, porque eu comecei minha atuação como ativista e influenciador político no Vem Pra Rua. Comecei lá no final de 2014, tenho muitos amigos lá. Mas eu não sei o que virou aquilo. Virou uma militância quase esquerdista", afirma.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.