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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Tanque de ácido sulfúrico provoca reação em Maceió

Pressão é alimentada pelo trauma do afundamento de solo em 2018

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São Paulo

A instalação de um tanque para estocar ácido sulfúrico da multinacional francesa de fertilizantes Timac no porto de Maceió tem esbarrado em resistência de moradores e do setor de turismo.

A pressão é alimentada pelo trauma que a cidade sofreu em 2018 no episódio do afundamento do solo, atribuído à extração de sal-gema da Braskem, que destruiu pisos e rachou paredes de casas em diversos bairros.

Na semana passada, o projeto do ácido sulfúrico deu mais um passo, que irritou os opositores, quando o Ministério da Infraestrutura aprovou seu enquadramento no Reidi, o regime especial de incentivo.

Fernando Lima, presidente da associação de moradores do bairro Bom Parto, um dos afetados pelo afundamento de solo de 2018, diz que faltam informações sobre o projeto e que a população ainda está se recuperando.

"Está muito nublada a condição de construção do terminal. Eu creio que não há espaço para isso, não vai vingar", diz Lima.

Para Alexandre Sampaio, presidente da associação de empreendedores da região de Pinheiro, também atingida na época, o armazenamento de ácido sulfúrico é "mais um crime potencial".

"Eu acho que é muito grave a localização deste terminal. É um processo de destruição da capital Maceió pela indústria química", diz Sampaio. Ele diz que estão "passando a boiada", sem consulta pública sobre o assunto.

Preocupado com os impactos sobre o turismo, o presidente da Abih Alagoas (associação local de hotéis), Ricardo André Santos, diz que considera a obra inviável e que a empresa não deve ter liberação dos órgãos ambientais para armazenar ácido sulfúrico no porto, que fica próximo à cidade.

Segundo o administrador do porto de Maceió, Dagoberto Omena, a Timac tem 48 meses para submeter um projeto de uso da área aos órgãos ambientais. Ele afirma que o porto já tem 25 tanques com produtos como gasolina, óleo diesel e álcool, que abastecem o estado de Alagoas e são operados por empresas como Petrobras, BR Distribuidora e Transpetro.

Omena afirma que o ruído sobre o risco de explosão não tem lógica e que, se a Timac conseguir as liberações ambientais, a construção será segura.

Procurada pelo Painel S.A., a Timac Agro Brasil afirma que está cumprindo todas as exigências previstas no processo licitatório, incluindo os trâmites obrigatórios previstos para obtenção das devidas licenças de instalação e operação junto aos órgãos competentes.

Joana Cunha com Mariana Grazini e Andressa Motter

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