Braskem faz acordo bilionário com moradores vítimas de afundamento de solo em Alagoas

Empresa vai desembolsar R$ 1,7 bi para retirar 17 mil moradores de área afetada

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São Paulo | Reuters

A Braskem anunciou nesta sexta-feira (3) que acertou com autoridades federais e estaduais de Alagoas acordo para reparação de prejuízos a milhares de vítimas de fenômeno de afundamento e rachaduras de solo que atinge a capital do estado há meses.

O acordo, que envolve o Ministério Público Federal, o Ministério Público de Alagoas e as Defensorias Públicas da União e de Alagoas, prevê a criação de programa de apoio à desocupação de áreas em quatro bairros da capital alagoana que envolverá cerca de 17 mil moradores, segundo estimativas preliminares da Braskem.

A companhia afirmou que a provisão para o programa de compensação financeira e realocação das vítimas é estimado em cerca de R$ 1,7 bilhão e que outro R$ 1 bilhão será necessário para as ações de fechamento de poços de sal-gema da empresa em Maceió.

O fenômeno que atinge os bairros de Mutange, Bom Parto, Pinheiro e Bebedouro foi atribuído no ano passado pelo Serviço Geológico do Brasil a atividades de extração de sal da Braskem. A companhia contesta os estudos do órgão.

ENTENDA O CASO

Casas de quatro bairros da capital alagoana estão sendo afetadas por afundamentos de terra, rachaduras, fendas e trincas. Segundo relatório elaborado por agências vinculadas ao Ministério do Desenvolvimento Regional, a área comprometida é de 78 hectares (780 mil m²).

Conforme Folha mostrou em março, as atividades de mineração da Braskem na extração de sal-gema em um local de falha geológica são a principal causa dos afundamentos e das rachaduras nos imóveis.

O problema se intensificou em 2018, quando tremores de terra foram registrados em uma área que compreende 2,2 milhões de m², onde residem cerca de 20 mil de pessoas. Desde então, a vida dos moradores mudou radicalmente.

Eles passaram a conviver com simulados de evacuação de imóveis, cortes temporários de energia, fechamento de prédios públicos e estabelecimentos comerciais e até mesmo saques em residências que foram abandonadas.

De acordo com estudo do governo federal, a área de risco compreende 6.048 residências e lotes. A área compreende, ainda, quatro hospitais, três unidades de saúde e 12 escolas municipais e estaduais.

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