Fornecedores de piano relatam dificuldade para repor o estoque das lojas de instrumentos musicais. O problema com o frete internacional se arrasta desde o início da pandemia e ainda gera fila de espera que pode durar alguns meses conforme o modelo escolhido.
Na Essenfelder, fornecedora paranaense que importa pianos acústicos e digitais da China, o desabastecimento é registrado desde o começo do ano passado. Alan Teixeira, do setor de vendas da empresa, atribui o gargalo à escassez de contêineres, ao câmbio e à demora na produção.
"Não estamos conseguindo abastecer nossos representantes. O que conseguimos trazer, acabamos vendendo em Curitiba ou em regiões próximas. Cerca de 90% da carga já chega vendida", diz Teixeira. Segundo ele, cada contêiner transporta 40 unidades.
Após a encomenda, a espera por pianos de determinadas linhas tem levado, em média, 120 dias. O modelo menor e mais barato, que também é um dos mais procurados, demora menos, já que pode ser transportado em maior quantidade, diz Teixeira.
Segundo ele, o câmbio e o custo do frete também afetam a disposição do cliente para a compra. Um dos pianos da Essenfelder, que em 2017 custava R$ 18 mil, agora é vendido por cerca de R$ 29 mil.
A Fritz Dobbert, outra fabricante com sede em São Paulo, também sentiu os efeitos da pandemia na cadeia de fornecimento. Os pianos da marca são montados no Brasil com componentes nacionais e internacionais, vindos de regiões como Ásia e Estados Unidos.
Celio Bottura, diretor na empresa, afirma que a produção enfrentou momentos críticos no ano passado, com falta de matérias-primas. A oferta de alguns modelos, principalmente dos pianos de cauda, foi interrompida em alguns períodos.
"Agora a situação começa a entrar em uma normalidade, com exceção ainda dos custos do frete internacional, que continuam bastante altos", diz Bottura. Segundo ele, a empresa tem conseguido abastecer as lojas, salvo alguns modelos pontuais.
O problema ainda persiste com os pianos digitais da marca japonesa Kawai, que são importados pela Fritz Dobbert. A produção do modelo foi comprometida pela falta de semicondutores no mercado, e o abastecimento deve normalizar no segundo semestre, diz Bottura.
Pesquisa da Zetta (associação que reúne empresas de tecnologia como Nubank, XP, Creditas e Mercado Pago) com cerca de 1.500 brasileiros bancarizados aponta que 47% utiliza bancos digitais. No recorte entre os jovens na faixa etária de 18 a 24 anos, essa participação sobe para aproximadamente 73%, de acordo com o levantamento realizado pelo Instituto Locomotiva.
com Andressa Motter e Ana Paula Branco
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