O avanço da variante ômicron no país tem afetado a mão de obra em setores que variam de aviação e shoppings a restaurantes e hospitais, mas não levou nenhuma companhia de capital aberto no Brasil a divulgar qualquer fato relevante ou comunicado ao mercado com informações sobre o impacto da nova onda da Covid-19 em seus negócios.
A demora para revelar os estragos do coronavírus na economia tem sido recorrente desde o início da pandemia em 2020.
Levantamento feito pelo Painel S.A. nos dados públicos da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) desde 26 de novembro de 2021, quando a preocupação chegou ao país, até esta segunda (24), não detectou relatos de companhias sobre os efeitos da ômicron.
Os termos "ômicron" e "variante ômicron" não aparecem nos documentos públicos. Situação semelhante foi registrada quando a variante delta atingiu o país.
Em março de 2020, a CVM divulgou uma orientação para as empresas listadas identificarem efeitos da pandemia em seus balanços.
As empresas têm a responsabilidade de avaliar e comunicar como um fato pode afetar os valores de suas ações e as decisões dos investidores, segundo a instrução 358 da CVM.
A comunicação pode ser feita de outros modos, como balanços trimestrais. No entanto, comunicar por meio de fato relevante ou comunicado ao mercado pela CVM ganha destaque para garantir que a informação seja divulgada de forma ampla e imediata.
No primeiro ano da pandemia, depois do silêncio inicial, o número de fatos relevantes e comunicados ao mercado sobre o impacto da Covid apresentados por companhias de capital aberto chegou perto de 500.
com Andressa Motter e Ana Paula Branco
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