A rede canadense de cafés Tim Hortons monitorou e registrou movimentos de clientes que usavam o aplicativo da marca, violando as leis de privacidade do Canadá, segundo investigação de autoridades relatada pelo Escritório do Comissário de Privacidade do país.
De acordo com o órgão, o aplicativo levou muitos usuários a acharem que o acesso à geolocalização se daria somente durante o uso da ferramenta, para criar promoções mais direcionadas.
A empresa de fast-food estaria, na verdade, coletando dados continuamente, incluindo local de residência e trabalho.
Mesmo depois de suspender os planos de publicidade direcionada, a Tim Hortons seguiu reunindo as informações por um ano, de acordo com as autoridades. O rastreio foi interrompido em 2020, após o início da investigação.
Segundo o escritório canadense, a rede tinha um contrato "vago e permissivo" com uma empresa americana terceirizada de serviços de localização, que permitiria à companhia vender os dados de localização não identificados para fins próprios.
A empresa respondeu às autoridades canadenses que usava as localizações de forma limitada, para analisar tendências dos clientes.
A Tim Hortons concordou em implementar recomendações das autoridades, como um programa de gerenciamento de privacidade e a exclusão dos dados restantes.
A rede pertence à RBI (Restaurant Brands International), que também é dona de Burger King e Popeyes.
Joana Cunha com Andressa Motter e Paulo Ricardo Martins
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