Na largada para o segundo turno da eleição presidencial, sindicatos começaram a reunir denúncias de assédio eleitoral.
A preocupação já estava na pauta desde o primeiro turno e foi levada às autoridades, mas deve piorar antes do fim do mês, conforme as estimativas de João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical.
Nesta terça (4), a central encaminhou denúncia ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra duas empresas do Rio Grande do Sul que enviaram comunicados a fornecedores informando corte nos negócios em caso de vitória de Lula. Já há outro caso em apuração.
Uma das empresas, a Stara, do setor agrícola, tem entre os sócios o vice-prefeito de Não-Me-Toque, Gilson Lari Trennepohl, que doou R$ 350 mil para a campanha de Bolsonaro, R$ 300 mil para Onyx Lorenzoni e R$ 25 mil para Tarcísio de Freitas, em São Paulo.
O presidente da Stara divulgou vídeo após a repercussão do caso afirmando que a carta aos fornecedores é apenas um informativo de revisão das projeções da companhia para 2023.
Segundo o sindicato local, a mensagem atinge os trabalhadores das empresas sistemistas que atuam no complexo produtivo.
"Isso começa localizado no Rio Grande do Sul, mas pode ser uma tendência. Essas ameaças chegam a nós porque tem gente que denuncia. Então, a gente pede aos trabalhadores ameaçados que filmem e enviem aos sindicatos para que possamos comunicar o Ministério Público e o TSE. Nós temos legislação e instrumentos jurídicos para fazer valer o nosso direito do voto", diz Juruna.
Também nesta terça, o MPT-RS (Ministério Público do Trabalho) e o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 4ª Região divulgaram nota conjunta afirmando que qualquer prática que restrinja a liberdade de escolha dos funcionários é ilícita e pode ser enquadrada como assédio eleitoral e abuso de poder econômico. A Stara foi notificada.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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