Um estudo do Governo de São Paulo aponta que os maiores beneficiários do novo salário do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) serão os funcionários da secretaria da Fazenda.

O aumento, de R$ 23 mil para R$ 34 mil por mês, foi aprovado pelos deputados de São Paulo no mês passado. O impacto orçamentário total será de R$ 1,7 bilhão aos cofres públicos e atinge somente 18 mil funcionários, a elite do funcionalismo paulista.

No caso dos auditores fiscais da Receita Estadual, os aumentos chegam a R$ 414 milhões aos servidores da ativa, R$ 451 milhões para aposentados e R$ 210 milhões para pensionistas —pouco mais de 60% do impacto total.

Além do governador, receberão reajustes o vice-governador, secretários estaduais, técnicos de secretarias, funcionários de alta patente na Polícia Militar e chefes de autarquias.

A Sefaz, onde estão lotados os auditores, lidera o ranking de aumentos, com R$ 1,1 bilhão ao ano. A secretaria de Segurança Pública será a segunda maior despesa salarial no governo, com aumento de R$ 124 milhões, seguida pela administração geral do estado, com 87 milhões.

Em toda a administração paulista, o gasto total com servidores aposentados que recebem o teto será de R$ 711 milhões, valor superior ao gasto com os trabalhadores da ativa (R$ 613 milhões). Pensionistas terão incremento para R$ 371 milhões.

Em nota, a Secretaria da Fazenda disse que a remuneração dos servidores é disciplinada em legislações próprias e que o salário do governador impacta servidores específicos.

"Já no ano passado mais de 540 mil servidores estaduais paulistas foram beneficiados com o reajuste salarial de até 20%. O objetivo da atual gestão é reconhecer e valorizar o funcionalismo público", disse a Sefaz.

Ao todo, mais de 1 milhão de funcionários estão na folha de pagamento do governo. São 545 mil servidores ativos, 382 mil aposentados e 154 mil pensionistas. A base do funcionalismo não terá reajustes.

Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix