Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Descrição de chapéu Congresso Nacional

Investigação sobre Juscelino ilustra bem a farra das emendas

PF mal arranhou a superfície na apuração do descontrole da verba indicada por parlamentares

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Brasília

Em uma semana, Juscelino Filho terá que explicar à PF por que mandou dinheiro público para pavimentar uma estrada que passa por suas propriedades. O ministro também poderá contar aos investigadores sobre sua relação com o empresário Eduardo DP e com uma construtora envolvida em outra obra bancada com emendas parlamentares.

Poucos casos ilustram tão bem a farra da distribuição de verba por indicação de deputados e senadores. Investigações conduzidas pela PF e pela CGU levantaram indícios de que Juscelino não se contentou apenas com os generosos benefícios políticos de mandar uma bolada de emendas para seu reduto eleitoral.

Tudo começou com o que parecia ser um escândalo de privatização de verba pública. Quando ainda exercia mandato na Câmara, o deputado destinou R$ 7,5 milhões para um serviço de pavimentação em Vitorino Freire (MA). Segundo a CGU, 80% dos trechos em construção beneficiavam fazendas do parlamentar.

Depois, os investigadores resvalaram em algo com cara de corrupção. Diálogos sugerem que Juscelino pediu ao empresário Eduardo DP, da empreiteira Construservice, pagamentos para um engenheiro e duas servidoras da Prefeitura de Vitorino Freire, comandada pela irmã do ministro. A PF suspeita ainda que o deputado seja sócio oculto de uma empresa contratada para uma das obras bancadas pelas emendas.

O ministro declarou que é "o maior interessado" em esclarecer o caso. Para isso, terá que dar à PF, a portas fechadas, uma desculpa melhor do que a defesa pública que fez até aqui. Em nota, sua assessoria afirmou que ele "não é responsável pela execução e fiscalização dos projetos resultantes dessas emendas".

O pagamento dessas verbas virou uma festa justamente pelo descontrole que vai desde a indicação feita pelos parlamentares, passa pela entrada do dinheiro nos cofres das prefeituras e chega à contratação de empresas muitas vezes escolhidas a dedo por políticos. A PF mal arranhou a superfície.

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