A Britcham (Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil) planeja marcar reuniões com a equipe econômica de Lula para tratar das mudanças nas regras dos preços de transferência (forma como são tributadas operações internacionais realizadas por multinacionais).
Para a entidade, também falta entender melhor a posição do novo governo sobre a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
No fim de dezembro, uma medida provisória editada pelo governo Bolsonaro, que entra em vigor no próximo ano, alterou a legislação sobre o preço de transferência. O texto ainda precisa passar pelo Congresso.
Para Leonardo Martins, da Britcham, a MP é um passo para o projeto de ascensão do Brasil à OCDE.
"Isso ainda é nebuloso. A gente não tem uma clara sinalização do novo governo sobre essa questão da ascensão do Brasil à OCDE. Não dá ainda para precisar qual vai ser o comportamento do novo governo", diz.
Segundo Martins, a Britcham tem ressalvas às novas regras. Uma delas é o tempo para a adaptação das empresas.
"É pouco tempo para tanto ajuste, para tanta complexidade que precisa ser adequada nos controles fiscais das empresas. Isso acaba reverberando em dificuldades operacionais e de ordem prática. Um ponto adequado seria haver uma regra de transição do regime antigo para o novo."
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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