Um dos empresários mais conhecidos no ramo da tecnologia, Marco Stefanini está com um problemão. Começam nesta semana as negociações com o Sindpd, sindicato da categoria, que acusa a empresa de ter coagido mais de 200 funcionários a pedir demissão.
A suposta infração teria ocorrido no ano passado, quando a Prodesp (empresa de tecnologia do governo de São Paulo) reduziu a quantidade de serviços prestados pela Stefanini em um contrato compartilhado com outra empresa, a IT2B.
O caso virou um procedimento preliminar de investigação aberto em março pelo Ministério Público do Trabalho em São Paulo.
Na denúncia, o Sindpd afirma que, à época, a Stefanini deu duas opções para seus funcionários: continuar na empresa ou pedir demissão e migrar para a IT2B.
Esses funcionários afirmaram ao MPT ter sofrido pressão para o desligamento. Queriam ser demitidos para, depois, migrarem para a outra prestadora (com a multa da rescisão a ser paga pelo empregador). Com isso, levariam as verbas rescisórias.
A Stefanini já prestava serviço para a estatal paulista e teve seu contrato reduzido. Muitos funcionários atuavam na Prodesp há mais de uma década e queriam continuar lá. Para isso, ainda segundo os funcionários, a Stefanini disse que eles teriam de se demitir.
A Stefanini é uma das grandes multinacionais no setor de TI e emprega mais de 30 mil funcionários. Marco Stefanini, CEO e fundador da empresa, integra a lista de 246 empresários, ativistas e personalidades do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão —reativado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta (4).
Em nota, a Stefanini negou ter perdido a licitação da Prodesp e afirmou ter havido um "reajuste de escopo de trabalho".
A empresa disse que nunca foi procurada pelo sindicato e que aguarda resposta para o início da negociação.
"Ao longo de seus 35 anos, a Stefanini sempre esteve aberta às negociações e, neste caso específico, está há mais de 10 dias solicitando nova reunião com o Sindpd, que será realizada no início da próxima semana, quando a empresa tratará novamente dos pontos em questão", afirmou a companhia.
Com Diego Felix
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