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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Corretora Warren tenta modelo diferente, mas afirma para CVM que ainda não se paga

OUTRO LADO: Empresa diz que está na sua melhor fase e que não existe cenário que coloque em risco a operação

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Brasília e São Paulo

A corretora Warren, que surgiu há seis anos como dissidente no setor, afirmou à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que seu negócio não se paga.

Hoje responsável pela administração de R$ 7,7 bilhões de clientes, ainda segundo a CVM, a empresa informou que, em 2022, sua "receita decorrente de taxas fixas cobradas dos investidores não era suficiente para cobrir os custos com as atividades de administração de carteira de valores mobiliários".

Tito Gusmão, sócio da Warren
Tito Gusmão, sócio da Warren - Marcos Nagelstein - 28.jun.2018/Folhapress

Via assessoria, a Warren disse que "está em seu melhor momento". "O setor não está em crise e não existe cenário que coloque em risco a operação", disse em nota.

Formado pela corretora e pela gestora Warren, além da distribuidora Renascença, o grupo registrou prejuízo de R$ 76,6 milhões no ano passado, segundo os balanços. No acumulado, esse resultado negativo foi de R$ 209 milhões. Somente a distribuidora registrou lucro.

Nesse período, o grupo adotou uma estratégia de crescimento via fusões e aquisições. Em 2020, se uniu ao escritório de investimentos Patrimono.

No ano seguinte, foram mais dois movimentos. Uma fusão com a gestora Vitra Capital e, depois, a aquisição da distribuidora Renascença —que ocorreu após uma injeção de R$ 300 milhões na Warren pelo fundo soberano de Cingapura (GIC).

No ano passado, o grupo ainda investiu na compra de empresas de tecnologia, um dos pilares de seu modelo de negócio, baseado numa sistemática diferente de remuneração junto aos clientes.

A Warren pôs fim à cobrança de comissão em produtos próprios e estabeleceu um modelo que cobra uma taxa de gestão sobre a carteira.

O fundador e CEO, Tito Gusmão, disse publicamente que a corretora opera do lado oposto ao do mecanismo das concorrentes tradicionais, que, como ele define, é propício a "conflitos de interesse".

Em publicação na semana passada em sua página no Linkedin, ele defendeu que o investidor deve "questionar por que recebe tanta indicação do assessor, que tipo de remuneração está por trás de cada indicação, quanto fica de comissão por cada novo COE que investe, cada título de renda fixa que gira na sua carteira."

Outro lado

Por meio de sua assessoria, a Warren afirmou que, neste ano, já atingiu o break even (ponto de equilíbrio) e projeta reportar grande crescimento e resultado positivo no segundo semestre.

A empresa informa que as informações disponíveis na CVM e no BC não refletem a totalidade de suas operações porque não são dados consolidados.

"O resultado do conglomerado financeiro é saudável", disse em nota.

A empresa afirma que, para exercer suas atividades, fez captação de recursos com fundos importantes, como GIC, Kaszek, Ribbit, QED, Citi Ventures e que elas foram feitas pela holding, que aporta recursos nas "entidades operacionais" conforme a necessidade de investimento.

Com Diego Felix

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