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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Sob Lula, emendas pix quase dobraram de valor

Repasses para congressistas sem qualquer tipo de convênio chega a R$ 6,6 bilhões, quase o dobro do ano passado

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Brasília

Em cinco meses de governo, o presidente Lula assistiu ao repasse de R$ 6,6 bilhões do Orçamento da União diretamente para deputados e senadores, por meio das chamadas emendas pix. O valor é quase o dobro (94%) do movimentado em todo o ano passado.

Dados do Orçamento mostram que, entre janeiro e maio, foram pagas 8.327 emendas no total de R$ 6,6 bilhões. Em 2022, o número de operações foi de 8.191 e destinaram R$ 3,4 bilhões aos congressistas.
Em 2021, foram R$ 2 bilhões e, em 2020, R$ 621,2 milhões.

O presidente Lula (centro) ao lado de Arthur Lira (esq.) e Rodrigo Pacheco (dir.)
O presidente Lula (centro) ao lado de Arthur Lira (esq.) e Rodrigo Pacheco (dir.) - Jacqueline Lisboa - 01.jan.2023/Reuters

Esse crescimento ocorreu porque, até o fim do ano passado, muitas das emendas pix faziam parte do orçamento secreto, derrubado pelo Supremo Tribunal Federal no ano passado.

Ou seja: como elas não eram contabilizadas como transferências para estados e municípios, é possível que a cifra dos anos anteriores tenha sido bem maior.

O modelo é criticado pela falta de transparência, pois viabiliza os repasses sem a necessidade de celebração de convênio ou contrato.

No início da década de 2010, a Caixa era o principal agente repassador. À época, o banco concentrava a execução de cerca de 70% do Orçamento. Os recursos eram carimbados (para determinados projetos) e só pingavam na conta do destinatário à medida que a obra fosse realizada.

Nesse momento, a Secretaria-Geral de Governo recebeu pleito para que a Caixa voltasse a ter proeminência nesses repasses —menos pelo volume de receita que essa intermediação gera e mais pelo controle dos gastos.

No entanto, diante da dificuldade do governo em conseguir uma base de apoio no Congresso, o assunto não é uma prioridade.

Com Diego Felix

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