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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu Eletrobras

Eletrobras demite executivo envolvido em suposta fraude

José Carlos de Abreu Guimarães era vice-presidente de comercialização e, antes disso, dirigiu uma das empresas ligadas à Delta Energia, alvo de investigação da CVM

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Brasília

A Eletrobras destituiu o vice-presidente de comercialização, João Carlos de Abreu Guimarães. Em comunicado, a empresa informou que a decisão foi tomada pelo conselho de administração.

Como mostrou o Painel S.A., uma denúncia apresentada à CVM por supostas fraudes praticadas pelo Grupo Delta Energia colocou o executivo em uma situação constrangedora.

Logo da Eletrobras, empresa de energia privatizada que tem a União como maior acionista - 09.abr.2019-Brendan McDermind/Reuters

Embora ainda esteja em fase preliminar de apuração pela autarquia, a denúncia aponta indícios de operações simuladas que, supostamente, causaram danos a dois fundos de investimento ligados à Delta —e que tiveram como lastro operações de compra e venda de energia no mercado livre.

À época, Guimarães era diretor da Beta, uma das comercializadoras de energia ligada ao grupo, pivô da denúncia. Até esta segunda, o executivo cuidava da comercialização de energia da Eletrobras.

A coluna obteve cópia da denúncia feita por um ex-diretor de uma comercializadora de outro grupo econômico envolvida no negócio. Nela, ele afirma que a Delta, por meio de suas comercializadoras de energia e empresas terceiras em dificuldades financeiras, simulou operações de compra e venda de energia que tiveram como finalidade gerar ganhos para dois fundos de investimentos controlados pela Delta.

A Beta, dirigida por Guimarães, foi uma das principais comercializadoras do suposto esquema.

Em nota, a o Grupo Delta disse que todas as operações dos fundos geridos são feitas legalmente, seguindo regulamentos aprovados por acionistas, registrados na CVM e auditados por consultorias independentes. Disse também que nunca houve questionamento das partes envolvidas, sobretudo de cotistas e que vai buscar reparação na Justiça contra "acusações infundadas das quais é vítima".

"O documento apresentado à CVM é de autoria de uma pessoa física sem qualquer relação com o Grupo Delta Energia e os respectivos fundos de investimento. Ele lista acusações que não se sustentam e contêm inverdades a respeito do funcionamento dos fundos e das operações realizadas", afirma a Delta.

OUTRO LADO

O executivo João Carlos de Abreu Guimarães informou ter tomado conhecimento de sua destituição somente nesta segunda (13).

Por meio de sua advogada, ele afirmou que não recebeu qualquer questionamento da CVM sobre as denúncias que envolvem empresas ligadas à Delta Energia.

"Tampouco pesa sobre mim acusação relativa ao período em que atuei como executivo [no Grupo Delta]", disse em nota. "Durante toda a minha carreira, sempre atuei de forma ilibada, sem qualquer tipo de reclamação que pudesse colocar em xeque a minha reputação, a qual sempre defenderei em qualquer foro ou instância."

Com Diego Felix

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